quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O Grito!

Quem nunca teve vontade de gritar bem forte? Quem nunca pegou o travesseiro e deu um berro tão forte que a alma poderia ter saído junto pela boca? Muitas vezes é necessário fazer isso para tirar, aliviar o que nos incomoda. Gritamos quando temos medo, gritamos quando estamos aflitos, bravos, inconformados, frustrados. Gritamos quando terminamos com a namorada, gritamos quando o nosso time perde, gritamos quando somos pegos desprevenidos pelo vizinho chato à noite em uma brincadeira sombria de mal gosto. Portanto, gritamos quando coisas ruins acontecem. Talvez seja algo que venha nos nossos genes, algo maior que a gente, uma reação do nosso corpo à determinadas situações, assim como o sorriso, ou o arrepio, o choro, e entre tantos outros.
Porém o mais interessante no grito é que ele parece soltar algo com ele. Tanto que em algumas técnicas de anti-stress ele é usado como "processo terapêutico". Quando coisas ruins, adversidades e problemas nos cercam, somos impelidos a gritar uma hora, talvez de raiva, ou frustração, ou de tudo junto como se nossos sentimentos estivessem todos batidos no liquidificador. Afinal, quem nunca se sentiu assim? Não aguentar não gritar quando tudo na vida vai dando errado? Quando seus planos e caminhos que queria seguir não dão certo? Dar um berro de "ahhhhh que DROGA!" muitas vezes é a primeira reação. Tudo vai nos cercando, cercando, até não termos mais o que fazer, senão gritar por socorro, sem ter direção.
Gritamos quando temos dor ou quando temos espanto. É sobre esse tipo de grito que eu falo. Aqueles que são conjuntos comigo nos mais diversos tipos de gritos podem me apoiar. Gritos para dentro, para fora, altos, fracos, mirrados, barulhentos, longos, curtos, enfim, todos precisamos vez ou outra gritar, não? Talvez gritar não seja nossa vontade às vezes, mas não vemos outra alternativa, nos sentimos perdidos, e gritamos por socorro, gritamos para que a nossa dor talvez se consiga se manifestar no grito, e o ouvinte desse berro possa ter uma noção do que estamos passando. Assim, um grito de susto seria diferente do grito de alguém cuja a vida não dá certo e só dá cabeçadas após cabeçadas e se vê sem direção a seguir.
Mas a diferença do grito não diminui o tratamento do ouvinte dos gritos, aquele que pode realmente fazer alguma coisa. Esse ouvinte que escuta cada grito, de cada lugar, pacientemente e amorosamente, atentando a cada um em particular, procurando consolar e confortar os aflitos e encorajar os medrosos. Pode-se imaginar isso? Um ouvinte para os gritos? É Alguém que escuta cada palavra, cada berro, cada som não identificado que a gente emite, e os traduz de maneira a entender realmente o que nosso ser, do mais profundo, quer na verdade dizer. Quando precisamos, na angústia da nossa dor, de um ouvinte que relamente entenda o que passamos, eis que o ouvinte dos gritos se mostra presente, como o é o tempo todo conosco, de ouvidos bem limpos e atentos a aquilo que iremos balbuciar, berrar, espernear e falar. Pacientemente Ele, o nosso Deus, nosso Pai, ouve cada palavra, e as sabe todas, antes mesmo das mesmas deixarem a nossa boca. Que bom ter um ouvinte como Esse para os meus gritos!

Um comentário:

Liih* disse...

ok, eu acho que posso falar com autoridade sobre o assunto! (hahahaha)
tá, tá certo.. mas nem sempre! tem grito de coisa boa tambem! tipo, qdo vc ve um amigo que nao ve a MUITO tempo e dá aquele super grito! ou quando alguem faz uma coisa super legal, e sai aquele grito super dez! ;]]


adendo: eu sou a ÚNICA que consegue gritar pra dentro ;D

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