quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A Virada

Vi uma vez num filme que todo truque de mágica consiste em 3 passos. O primeiro chama-se A Promessa, e é o mais fácil de ser executado. Nele, o mágico demonstra o que irá fazer e fala à platéia a existência do seu truque, sua essência. Ainda não o realiza, só coloca a platéia a par do que ele irá realizar. O segundo passo é o que dá a verdadeira mágica para o truque. Chama-se A Virada, e é o momento onde o mágico surpreende a platéia, mudando o rumo de seu truque com alguma coisa que desaparece, ou que é cortada ao meio, ou não se encontra como deveria. É o momento onde a platéia se enche de atenção e esperança, pois é o ápice da mágica e tudo aponta para a realização do truque e seu sucesso. Nesse ponto do truque todos os conceitos que a platéia tem sobre o truque são jogados por água a baixo e o "chão" de todos cai, para então vir a última parte do truque. Esta é chama de The Prestige, ou O Grande Truque. Nesse ponto o mágico surpreende a todos, finalizando o truque, fazendo aparecer o desaparecido, juntando o que foi despedaçado ao longo do truque, fazendo aparecer um novo pássaro, e enfim, tendo o sucesso esperado pela platéia e com certeza, muitos aplausos.
Talvez esse ano que se passou tenho sido parte de um truque. Talvez no começo do ano tenhamos feito promessas, planejado, sonhado e com certeza colocado nas nossas listas de desejos mais esperados. Acho que serei bem realista em falar que muitos desses sonhos, desejos e planos não foram realizados não? Toda essa primeira parte do truque, A promessa, talvez tenha ido por água a baixo durante o seu ano, ou pelo menos alguma parte dela. É nesse momento, onde o chão da platéia, todos os conhecimentos prévios dela e tudo o mais que ansiamos de truque tenha ido por água a baixo. Essa platéia somos nós, que esperamos uma coisa do ano que se passa, mas não conseguimos, ou então não sabemos como conseguir mais, e nossas forças chegam quase ao fim. Esse momento é o chamado de A Virada. Algo familiar?
No momento da virada, seja do truque, ou do ano, relembramos aquilo que se passou. Dificilmente nos anos que se passam conseguimos fazer tudo o que desejamos, e sempre lembramos de muitas coisas ruins que se passaram e vêm a nos atormentar, os nossos esqueletos do armário. A virada consiste em deixarmos para trás tudo o que acreditamos existir, e nos libertar dos nossos medos e tudo o mais que impeça a realização do truque e o prazer que iremos ter em tal realização. Esquecer do que as promessas que fizemos geraram em nós, sentimentos de aflição, anseio e turbulências passadas. Esquecer de tudo o que fomos, na virada, é essencial para o final do truque, o sucesso e realização do mesmo.
Ansiando sempre o final do truque é que devemos caminhar, mesmo que em meio a tempestades e outras coisas que deixam nossos corações apertados e sem razão de continuar. O grande truque, o prestígio, o sucesso, pode vir depois da virada com certeza. O que temos que fazer é simplesmente esperar, pacientemente, o grande mágico acabar com o truque, realizar seu ato supremo em nossa vida. É assim que espero virar meu ano, e viver minha vida, onde nos momentos de virada sempre posso me apoiar em algo maior que é eterno e duro para sempre. E ainda tendo a certeza de que a última parte do truque há de se realizar o prestígio, tudo aquilo que tinha como prometido, sonhado e desejado, no momento certo, da maneira certa. Esse sucesso porém só vira depois que eu aprender direito o que tenho como prometido, entender meus sonhos e amadurecer minhas idéias. É quando temos o descanso merecido, o verdadeiro prazer e realmente o sucesso verdadeiro, dado é claro pelo mágico realizador do truque, que não não, não somos nós.
Assim nunca poderei esquecer que todo Truque,(afinal nossa vida não passa de uma grande parte de uma maravilhosa mágica celestial e univeral, e com isso temos a garantia de uma felicidade quando nos voltamos ao qual eu chamo neste post de O Grande Mágico, ou seja, o Criador de todos nós e Senhor da minha vida). Todo Grande Truque constiste em 3 partes: A promessa, onde lançamos mão de sonhos, colocamos o que desejamos e ansiamos na mesa. A virada, onde nos surpreendemos e tudo o que acreditamos desaparece, onde amadurecemos e aprendemos o que deve ser aprendido. O Grande Truque, ou, O Prestígio, onde nos surpreendemos ainda mais quando tudo dá certo e tem um fim. Talvez nossos truques demorem para ter um fim, mas sempre serão essas 3 partes, e sempre iremos nos surpreender e aprender mais no momento que se segue, e que comemoramos com o mesmo nome todos os anos. E esse momento se chama A Virada.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008

Esse é o nome do programa que foi transmitido semana passada pela Rede Globo, e que já é uma tradição da emissora há anos. Ao acompanhar a produção do mesmo deste ano, percebi que todos os destaques do ano tinham algo em comum - nenhum deles conseguiu tirar um sorriso do atento telespectador. Só 'desgraça'. O que poderia ser visto como mais positivo colocava o Brasil em trigésimo nono lugar com 17 medalhas de ouro, 21 de prata e 38 de bronze nas Olímpiadas Beijing 2008. Algo até mesmo 'engraçado'. As outras reportagens eram todas tristes e desastrosas. Pai e madrasta acusados de matarem uma criança. Policiais matando inocentes 'a torta e a direita'. Tragédias ambientais que deixaram muitos mortos e outros desabrigados. O genocídio cada vez mais agravante em regiões da África. Uma situação financeira mundial totalmente comprometida. Presidente de potência mundial levando sapatada de oriental indignado. Toda essa envolvente situação de desgraça e de miséria humana, como disse Veja na semana passada, "desafia o sentimento cristão e o simbolismo do Natal". Se não desafia, deveria desafiar, colocar em cheque, e fazer-nos pensar em tudo isso. Pois se isso não acontece com cristãos, com aqueles que não são cristãos, sem dúvida, acontece. Estes questionam a existência de um "Deus" criador e bom em meio a tanta desgraça e desigualdade. Os que não questionam, consideram esse "Deus" uma pessoa ou algo ruim, pois é capaz de deixar coisas ruins atingirem inocentes. Nós, cristãos, temos a resposta na ponta da língua para estes, é claro. E temos que ter mesmo, pois é nossa fé que está em cheque. O que respondemos é que nós, os homens, escolhemos pela independência de Deus, do Criador. E, a partir daí, até mesmo inocentes serão atingidos pela maldade humana. Deus nos deu a escolha, e optamos pela independência. Mas essa situação foi modificada em Cristo, pois este trouxe ao homem perdido e 'independente' uma nova conectividade com o Deus Pai, Criador. Uma nova possibilidade de relacionamente com Deus. Uma oportunidade de mudanças de pensamento, do que é ruim para o que é bom, é a fé dando frutos. Essa é a nossa explicação para os que questionam e até mesmo duvidam de Deus por causa da maldade, miséria e desgraça atuais. E isso é verdade. É nisso que acreditamos. É fé. É certeza. É real para nós, cristãos. Mas sabe por que eles se tornam cada vez mais incrédulos e frios quanto a Deus? Porque não estão vendo os cristãos que tanto falam, falam e falam, agirem em prol da humanidade, pelo bem político, social, financeiro e humanitário das pessoas deste mundo. O que eles vêem são nações cristãs preocupadas com seus bens, riquezas e enriquecimento exacerbado. Países cristãos matando seus semelhantes para conseguirem status mundial e mais poder. Não só a retrospectiva feita pela Globo, mas aquela que todos nós fizemos ou faremos deste ano de 2008, nos mostrará tristes e angustiantes realidades. Diante disso, muitos questionarão ou contuinuarão a duvidar de Deus, e outros ainda o tacharão de cruel, insensível, ruim. Essas realidades devem desafiar não nossa fé, mas nossas atitudes cristãs humanitárias e sociais e não apenas aquelas que são 'passivas' mesmo que sejam importantes. Nossas atitudes cristãs devem ser desafiadas, a fim de não "abandonarmos a razão e cedermos ao horror". A fé e razão devem andar sempre juntas. Assim, a perspectiva para 2009 não será colocada apenas sobre um suposto bom presidente da maior potência mundial, mas todos teremos perspectivas melhores baseadas nas atitudes individuais de cada um. Seremos pessoas ativas e pró-ativas e nao ativistas, a fim de que o mundo seja melhor, a vida seja melhor e o Bem vença. Pense: Qual a minha perspectiva para 2009? Onde entra minhas atitudes nessa história? Como posso fazer diferença? Uma retrospectiva, por mais que seja ruim, sempre exige ou implora por uma boa perspectiva.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Os dois irmãos

Bom, essa é uma história daquelas que você pode contar aos seus futuros netos, numa rodinha, ou perto de uma laleira em momentos de paz e de lembranças. Ela é uma história em que existe uma moral, um lição, personagens e como sempre e de costume, um que faz o certo e outro que faz o errado. Para explicar melhor e com poucas palavras é um causo que um cara se dá bem e o outro se ferra, basicamente. Alguns podem achar engraçado, principalmente quando souberem todos os detalhes, e outros podem achar ridículo ou maluco. Fazer o que? Esse é meu objetivo mesmo, não tenho intenção de escrever textos que gerem comodidade, ou que não causem o mínimo de estranheza em nossas mentes robotizadas e normalizadas com o que chamamos de trivial e eventual. Mas então, mais uma vez, senta que lá vem história!

"A história se passa numa segunda-feira chuvosa e muito atípica. Onde dois irmãos se encontram, depois de manhã e tarde de estudos, para um evento que vão todas as segundas, e tradicional futebol da semana. Como é dia de chuva, o irmão mais velho já desanima, pois não vê em todo o seu caminho de volta de onde estava, a possibilidade de aquela chuva parar a tempo de ele e seus amigos se divertirem jogando o mais famoso esporte brasileiro, o futebol. É por isso que vai para casa desacreditado e cético, quanto à possibilidade de uma diversão saudável e eficaz para sua forma e estado físico e também mental.
Ao contrário de seu irmão cético, o irmão mais novo tem atitudes muito diferentes. Quando seu irmão chega em casa, ele já está arrumado para o futebol, pronto para jogar e ir até a quadra para dar um show de bola nos demais. Mas as condições ainda não são favoráveis para ele, pois ainda está chovendo e sem indícios de parar. Os dois irmãos discutem sobre a possibilidade de não haver o futebol, de seus amigos não irem, e de ainda estar chovendo, e, visto que a quadra é aberta, esta estar toda molhada. Depois de muito falar, discutir e teorizar, os dois decidem ir até o local para ver no que dará. O mais velho o tempo todo relutante à possibilidade de ele dar uns dribles e uns passes errados naquele dia.
Pois então chegam ao local. Ainda chovendo. O irmão mais velho dá uma de "aha! eu não disse" e ameaça ir embora, pois não haverá futebol se continuar chovendo. Porém o mais novo em todo tempo permanece fiel à possibilidade de haver a partida de futebol, pois acredita que a chuva vai parar e ainda que a quadra irá ter o devido tempo e condições de secar. Não sei se comentei antes, ou se vou ser repetitivo, mas o irmão mais velho ainda está cético e não acredita em possibilidade nenhuma de haver um futebol.
É então que tudo começa a acontecer rapidamente. A chuva vai parando. Os meninos começam a secar a quadra. Os irmãos discutem. O mais novo diz que vai dar pra jogar e secar a quadra, e o mais velho desacretidado, nem liga, quer ir embora. É aí que a história tem o auge, e que a atenção especial aos fatos é requerida.
- Você já ouviu a parábola dos dois lavradores? - diz o irmão mais novo quando o mais velho fala que está indo embora.
- Não quero saber, eu sei essa parábola, vamos embora.
- Você sabe a história?
- Sei! Não vai dar pra secar toda essa quadra antes que comece a chover de novo! Choveu o dia inteiro, não vai dar pra jogar bola, vamo embora e parar de perder tempo aqui! Os rodos não vão funcionar e nem temos muita gente hoje mesmo, indo embora...
- Pois vou contar de novo, é assim: Dois lavradores estão cuidando de uma plantação. Eles estão num período de muita seca, e precisam da umidade trazida pela chuva para conseguir plantar. Um deles se prepara para a chuva, ainda que não se tenha nenhuma atividade de nuvens no céu. O outro não acredita que irá chover e nem prepara a plantação. O resultado é que chove dali uns dias e o lavrador que se preparou colheu bons frutos e conseguiu passar bem a estação da seca, e o outro ficou sem nada.
- Tá e que isso tem a ver com agora? - o irmão mais velho já estava impaciente, cansado e desacreditado. Não preciso nem dizer a palavra cético, preciso?
- Estou me preparando para jogar futebol, e é isso que vou fazer a quadra vai secar. Assim como Deus abençoou o lavrador que se preparou pra chuva, vai abençoar a gente parando a chuva pra gente jogar bola.
O irmão mais velho calou-se no momento, mas ainda permaneceu no seu ceticismo, pois a quadra não tinha secado completamente. Deu que dali uns minutos estavam eles todos, os irmãos, amigos, e novos amigos, agradecendo a Deus por ter parado a chuva e possibilitado a partida de futebol, e principalmente a secagem da quadra. Talvez foi o tapa na cara mais doído no ceticismo do irmão mais velho, que se julgava inteligente e até mais sábio que o mais novo. Foi a prova que não era nada, e não estava preparado para muitas coisas e que existiam ainda outras muitas coisas que ele precisaria aprender e compreender. Seu ceticismo o impedia de se preparar para as coisas, de acreditar, ter esperança."
E é isso que o ceticismo faz conosco mesmo. Nos deixa tão a par e a mercê da razão que não podemos nos dar ao luxo de ter alguma esperança no impossível ou no inimaginável. Tudo é uma questão de dados e fatos e coisas palpáveis. Mas, e se a vida não é assim? E se tudo for muito mais além de tudo isso? Será que o que vemos, sentimos, e temos como padrão de vida é isso mesmo? Nós realmente entendemos o sentido da nossa mera existência? Com o ceticismo não há espaço para estas questões, e sem essas questões as possibilidades de novos caminhos, sonhos a realizar e uma esperança futura são massacradas e dizimadas.
Ok, ok, sei que você deve estar na frente do seu computador talvez dizendo: "quanta bobagem para um texto só, poderia tê-lo dividido em dois"ou "É muita questão profunda sem reposta, essa história não é real, é só figurativa, não tem base real." e milhões de outros pensamentos que não tenho a compreensão, pois não leio mentes! Te peço que releve o que escrevi. E há um porquê. O irmão mais velho, aquele que levou a bofetada da fé de seu irmão, que teve seu ceticismo escancarado e jogado na lama, acreditou mais naquilo que ele mesmo sabia e podia ver, e não naquilo que não podia ver. Não confiou naquilo que estava além de seu conhecimento, e muito ainda além de sua capacidade de realização, mas finalmente aprendeu algo sobre fé. Aprendeu algo relevante, e que o fez parar para refletir e pensar sobre seu ceticismo e sua utilidade realmente nula. Ser céticos nos faz mal, e uma hora ou outra e nos impede de aproveitar algumas coisas que nos são oferecidas e são dádivas de alguém muito maior que nós mesmos. Talvez não entendamos tudo o que nos é passado diariamente, mas uma busca por isso já um grande passo e com certeza é bem sucedida. Realmente o irmão mais velho aprendeu uma boa lição aqui, e a moral da história cada um pode tirar por si só, sintam-se a vontade. Tudo isso aconteceu a algumas semanas, numa segunda feira chuvosa, e o irmão mais velho, meus caros amigos, era eu.

sábado, 29 de novembro de 2008

"Cada um no seu quadrado"


Esse trecho desta música tem chamado muito minha atenção. Não apenas por ser o hit do momento, mas por vir à minha mente em diversas situações do meu cotidiano. Certo dia estava no shopping quando, de repente, vi uma cena real que tirou a frase tão falada da minha boca: "É, cada um no seu quadrado". Era uma cena comum, uma cena que vemos naturalmente no nosso dia dia, mas, que, ao pensar na realidade de "cada um no seu quadrado", tomou uma forma diferente do esperado. Era uma família almoçando na praça de alimentação! Isso mesmo! Não se espante! Foi essa visão que me fez pensar numa realidade cada vez mais presente ao nosso redor com o passar do tempo. Realidade, muitas vezes, camuflada, mas que tende a saquear os tesouros mais estimados que temos. Bom, chega de blá blá blá, pois acho que vocês querem saber o que esta família estava fazendo, né!?! Como disse, eles estavam almoçando em uma praça de alimentação. Porém, era um almoço, no mínimo, diferente, interessante, para mim, intrigante. Eles não comiam e conversavam naturalmente sobre peculiaridades de suas vidas uns com os outros como se espera de um momento como esse. O pai, um sujeito de aproximadamente 40 anos, comia e, ao mesmo tempo, falava ao celular sobre coisas de trabalho, falando alto e, às vezes, até exaltando-se com quem falava. A mãe, uma jovem senhora com seus 35 anos, dividia a refeição com breves pitadas de leitura de um dos últimos best sellers do momento - A Cabana. Um dos filhos, um menininho de 6 ou 7 anos, brincava com um boneco do homem-aranha. E o outro filho, acho que com uns 12 anos, ouvia músicas no seu itouch enquanto comia, e como comia! É verdade, ali cada um estava no seu quadrado, ou seja, cada um preocupado com o que lhe interessava da forma mais subjetiva possível. Nenhuma coisa das quais eles estavam fazendo interessava ao outro. É esta a realidade - o individualismo - que está roubando dia a dia, camufladamente, os tesouros mais preciosos que temos, ou seja, os bons e saudáveis relacionamentos. É claro que tomar este exemplo específico de 10 minutos de observação, e torná-lo geral é muita ingenuidade e ridículo. Seila, pode ser que aquela família se relacione muito bem. Mas "aquela cena", "aquela cena" é um exemplo do individualismo que nos cerca cada vez mais, individualismo que é uma das marcas dessa nossa era, já denominada por alguns como a "pós-modernidade". E, se formos pensar com toda sinceridade, realmente é assim. Passamos o nosso dia a dia em frente ao nosso computador ou debruçados nos livros, buscando o nosso bem e fazendo sempre o melhor, com excelência, como aprendemos com nossos pais e mestres. Mas isso é bom! Muito bom! Onde está o erro? O erro está no fato de que essas atitudes, se não forem acompanhadas de cultivos de relacionamentos saudáveis através de conversas triviais com amigos e famílias, saídas ocasionais com estes para uma conversa também trivial, o que vai acabar acontecendo é que faremos tudo por nós, para nós, com vistas ao nosso bem. E isso é ruim, pois é por causa disso que surgem disputas, guerras e até mesmo atentados terroristas. "Nossa, mas isso está muito longe de mim!" É, pode ser que sim. Mas isso é resultado de algo que pode estar bem próximo de nós - o individualismo. Por isso, se relacione mesmo com o pouco tempo que você em toda essa correria diária. Converse com teus amigos, com teus pais, com teus irmãos, com quem quer que seja! Estabelça relacionamentos! Isso pode evitar muita coisa ruim! Muita mesmo! E que essa minha idéia do hit "cada um no seu quadrado" esteja cada vez mais por fora!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Falha de Comunicação


Em nossos muitos dias de vida, no calor do verão ou no frio do inverno, na agitação da boa vida e na angústia de uma vida apertada e cheia de problemas o que não nos falta é a possibilidade de comunicação. Temos os mais variados meios à nossa disposição e sempre os usamos, quer conscientemente ou inconscientemente. Seja o telefone, rádio, tv, telepatia, caixinha de fósforos, fumaça, código morse, língua do p, bilhetinhos jogados na sala de aula, msn, o velho icq, orkut, blogs, jornais e revistas, e tantos outros, nós nos comunicamos o tempo todo, e não podemos escapar disso. Até inventaram agora um troço chamado expressão corporal, que quer dizer que até mesmo quando não queremos nos comunicar, nosso corpo comunica coisas aos outros corpos que entendem perfeitamente o que queremos dizer com olhares, gestos, cruzada de pernas, coçadas na cabeça, catotas de nariz, sinais de truco, tiques e muitas outras coisas estranhas e bizarras que fazemos todos os dias sem perceber.
Mas esse não é o cerne da questão. Todo o primeiro parágrafo foi uma enrolação na comunicação. Foi, digamos, uma distração de pormenores e uma tentativa de encher produtos suínos misturados e colocados em tubos, ou melhor, a popular linguiça. Todo mundo é expert em botar a boca no trombone, falar pelos cotovelos, não fechar a matraca e muitas expressões que dizem simplesmente que falamos demais o que sabemos de menos. Poderia ter falado da história da comunicação e de tudo o mais, e ter feito desta postagem a mais chata, terrível e atormentadora de todas, tanto pela minha flacidez ao falar quanto pela minha estupidez em tentar falar o que não sei e não entendo. Pois bem, vou falar sobre o contrário da comunicação, ou melhor, sobre a falta dela, a falha na comunicação. Não será a postagem com maior conteúdo que terá, mas também não garanto que você irá adorar ou admirar, mas somente leia e não tente entender tudo, pois nem eu entendo. São só palavras ditas por alguém que quer acreditar em alguma coisa, e que crê em algo verdadeiro e relevante, louco e que dá toda a certeza de coisas que não se vêem. Pois bem, aqui vamos nós.
Nunca, mas nunca nessa vida conseguimos passar 100% o que queremos nos comunicar. Nunca somos perfeitos nesse negócio de comunicação. Os duplos sentidos nos matam, as interpretações distorcidas nos perseguem e os críticos querem nos queimar vivos o tempo todo. Tudo isso pela falha na comunicação, que é inevitável. E existem muitos exemplos disso, seja um texto mal escrito até uma falha na conexão de internet. As falhas nas comunicações nos matam, e nos perturbam, e nos deixam mal. Mas não deveriam, se soubéssemos lidar com elas, e contorná-las, sem stress. Talvez exageramos em entender alguém ao pé da letra e já discutir, ou em nos chatear quando alguém faz uma crítica sobre algo que não queríamos ter dito. Bom, somos falhos em quase tudo, a não ser em falhar, coisa da qual somos muito bons nesse mundo, talvez os melhores exemplares de "seres experts em errar". O que nos resta é tentar ver a melhor forma de usar os erros para aprender, melhorar, e procurar falhar menos, e todas as coisas que ensinam por aí sobre erros.
A falha na comunicação nos pega em todos os aspectos da vida, até na nossa vida interior, ou seja, no conhecimento de nós mesmos. E essa é a questão principal desse texto falho e ridículo, e talvez o maior motivo de nós sermos tão difusos e confusos no nosso dia-a-dia. O início de todas as falhas pode estar num certo problema de comunicação com alguém específico, que nós erramos constantemente e não atentamos em procurar consertar a comunicação e melhorar a conexão. A maior falha de comunicação de todos os tempos,(sem parecer filosófico ou místico demais) é a falha de comunicação com nós mesmos.
Mas como consertar e melhorar essa comunicação? Sendo que já somos errôneos nisso desde o princípio de nossas vidas? Bom a resposta está em outra pergunta: "Temos procurado saber quem somos? " Aí é que está a causa. A maior falha na comunicação mundial de nossas vidas se dá por não sabermos exato quem somos, pela simples questão de não nos relacionarmos conosco, e de nem nos importarmos conosco como deveríamos. Todos os nossos sonhos, desejos, questões, chateações e importâncias estão voltadas a outras coisas, materiais sem vida, ou então para um "eu" hipotético que não existe de verdade. O fato é que esquecemos quem somos, e isso quebra constantemente todas as outras comunicações externas a nós. Sem a devida comunicação interna, não podemos nos relacionar, compreender e viver num mundo exterior. E só UM alguém que pode fixar essa comunicação, pois conhece exatamente cada um de nós, no mais íntimo que somos. E aí que tudo começa, para o conserto na comunicação, a busca por quem nos fez, o Criador, que conhece profundamente cada um de nós, e sabe como consertar qualquer falha de conexão que existe em nós.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Coiso

Vídeo da compania de humor Barbixas, todos os sábados eles apresentam um espetáculo em cartaz "Em Breves", Sábados, às 23:58, Centro de São Paulo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Recuperação

Não, não estou aqui para escrever sobre aquilo que a gente faz na escola, quando vai mal em alguma matéria, e precisamos fazer uma prova a mais para acertarmos as coisas na nossa vida escolar. O que tenho a dizer é mais profundo, mais igualitário, e uma coisa que todos passamos e vivenciamos, a recuperação. Talvez ela seja, física, emocional, em relacionamentos, em empresas e tantas outras coisas que a cada dia presenciamos e percebemos ou não. Não sei se isso trará efeito a todos, pois muitos são orgulhosos demais para encarar o fato de que precisamos ser reconstruídos diariamente, e a recuperação é a alma desse negócio. Afinal, todos temos medo de recuperação, pois em alguns momentos ela traz dor, e para recuperarmos algo perdido ou destruído, temos que focar e gastar nosso tempo, dinheiro, mente, físico, ou seja lá o que for para recuperarmos nossas coisas.
Começarei contando uma grande história de recuperação, li na revista época e algumas coisas como frases de pessoas que utilizarei aqui. É uma história de alguém que não era nada, não prometia nada, e conseguiu recuperar e ser uma grande pessoa, com grandes feitos e reconhecido mundialmente. O nadador, e hoje recordista mundial de medalhas de ouro em uma olimpíada (7 no total, onde em 6 obteve recordes olímpicos nesse ano, 2008), Michael Phelps, ídolo esportivo na atualidade, e exemplo de que podemos recuperar o que quisermos, se tivermos determinação e atitude. Ao nascer, o médico de Phelps disse à sua mãe que ele teria vários problemas com concentração por causa de seu transtorno de déficit de atenção e sua hiperatividade. Uma pessoa hiperativa não consegue parar e focar em alguma coisa, prejudicando a aprendizagem em todas as áreas. Sendo a natação um esporte de foco, concentração e acima de tudo, dedicação, Michael Phelps seria o último na lista para ser um recordista em natação.
As coisas mudam quando temos dedicação e focamos naquilo que queremos consertar, reconstruir e recuperar. Nas palavras de Phelps, "Talento só não basta, muito trabalho, muita dedicação, é uma combinação de tudo, tentar dormir e se recuperar, armar cada sessão de treino da melhor forma possível e acumular muito treino." Se queremos recuperar algo, devemos ter dedicação para tal acontecimento. Ainda que todos falem que não podemos, que não iremos conseguir ou que iremos tombar no caminho, tropeçar e sair derrotados, devemos persistir, perseverar e continuar, sempre focando e se dedicando na nossa vida.
Assumindo esse desafio, como Michael Phelps assumiu o dele, podemos realmente encarar as coisas de modo diferente. Não sei em qual área da sua vida você precisa de reconstrução, mas encarar os fatos e ficar cara a cara com o desafio é o primeiro passo. Dedicação e foco são tudo. E lembrar que com isso, nada é impossível. Talvez o que falte para nós nos nossos relacionamentos, sejam com pessoas, empresas, família, universidades e escolas, e até mesmo com Deus, principalmente, sejam o foco e a dedicação. Com isso, foco e dedicação, podemos ser muito mais que simples pessoas, podemos ir a um outro patamar, assim como um nadador de orelhas grandes, desengonçado, com problemas de atenção e uma mente cheia de dedicação é hoje para o mundo inteiro, um herói aquático.
demais, e não conseguimos recuperar aquilo que somos, ela está pronto para nos dar a vida eterna e a alegria infinita que nos dá uma nova visão de vida, e faz com que Talvez isso tenha muito a ver com nossa vida, e digo vida com Deus, pois sem Deus ela sequer pode ser chamada de vida. O problema é que temos falta de atenção nisso, somos hiperativosperdemos no nosso relacionamento com o Deus criador dos céus e da terra. Somos agitados demais, não focamos. Sempre queremos sair de lado, cutucar nossos colegas e arranjar infinitas coisas para fazer. Enfim, procuramos tudo, menos passar um tempo focando em Deus. E talvez esse seja o nosso maior problema, e a raíz de sermos tão ajitados correndo de um lado para o outro, mas sem saber realmente para onde ir. A resposta está em Deus! E precisamos focar nele para conseguir! Não importa o quão desatentos somos, podemos vivenciar tudo aquilo que a vida pode oferecer. Deus é o caminho para isso.
Há muitas coisas que precisam ser recuperadas em nós. Sinceramente, eu sou quebrado e preciso de uma recuperação. Às vezes tanto física, quanto emocional, espiritual ou seja lá qual for. E nas muitas vezes que preciso me recuperar, eu encontro o foco, a determinação, e a recuperação de fato em Deus. Somente nele encontro a verdadeira recuperação e alegria. Repouso sobre às asas dEle, e o convido a fazer o mesmo. Se aquietar e aproveitar a criação de Deus, e sua presença solene, alegre e impactante em nossa vida. Aceitar sua graça infinita e gritante, o seu amor obstinado e abundante por nós, é o caminho para a verdadeira recuperação. Todo e qualquer outro processo é secundário.
Todos nós precisamos de recuperação, é claro que em diferentes níveis. Michael Phelps precisou recuperar sua concentração, e tem uma batalha árdua contra isso em todas as competições. Com foco conseguiu superar tudo isso, e ser um recordista mundial, e um campeão em concentração. Um dos técnicos da equipe americana disse sobre ele o seguinte: "Sua capacidade de permanecer focado é impressionante". Focando podemos recuperar tudo. O foco, em Deus é esperar nEle, uma expressão muito utilizada na bíblia. Esperar em Deus, focar na sua vontade, e procurar se concentrar, para de fato se recuperar. Pois Ele tem a capacidade de nos dar a verdadeira recuperação.
"Ele fortalece o cansado e dá vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam."
(Isaías 41 : 30 e 31)
Que nossa vida seja de fato uma concentração em Deus. Que recuperemos aquilo que perdemos, e no processo de reconstrução, possamos nos lembrar de quem pode nos auxiliar e nos dar o fôlego, a motivação, a energia e o foco necessário para viver uma vida digna, heróica, verdadeira e significativa no mundo em que nos encontramos. Que Deus possa nos recuperar, com seu imenso poder, e com sua infinita capacidade de amar e se entregar pela gente. Ele foca em nós, concentra em nós todo o seu amor, bondade, graça e misericórdia. E isso o tempo todo! A fonte de todo o foco é Ele. Com isso, nossa recuperação é só uma questão de tempo, paciência e descanso na sombra do grande Salvador.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Reconstrução

Quando estamos sem forças, quando estamos desanimados, quando caímos, e outras ações que fazem nossa vida, nosso mundo desabar, o que fazemos? Ficamos parados diante disso tudo sem saber o que fazer? Diante da destruição em massa que se dá à nossa vida em certos momentos, qual a nossa reação? O que fazemos para nos reerguer, aonde buscamos forças? E porque uma reconstrução é tão dolorosa? Tenho pensado muito sobre isso, e vi e revi algumas histórias, de pessoas que enfrentaram momentos de reconstrução como os que passamos, ou em parte, similares.
A história de uma povo chamado Judeu nos conta que por volta do ano 400 a.C o povo volta de um exílio na Babilônia para a terra natal. O problema é que toda a terra natal estava destruída, sem bulhufas do que havia sido, principalmente a grandiosa cidade de Jerusalém, que teve seus grandiosos muros assolados e totalmente destruídos. A destruição estava presente em toda parte. Nisso vemos que, o povo enfrentava uma fase difícil. Saíram de uma terra onde eram escravos, viviam mal, eram tratados mal, comiam mal, dormiam mal, e nada faziam que não fosse mal. Aí são libertados, e, infelizmente, o infame ditado "alegria de pobre dura pouco" se torna plenamente válido nesta situação. Encontram suas casas assoladas, seus muros queimados e suas terras sem condição de plantio e etc. Foram mandados de volta à uma nação fantasma. Tinham que reconstruir tudo de novo.
É aí que entra na história um pomposo cara chamado Neemias. Nesse exílio ele conseguiu um bico no palácio do Rei da Babilônia, ou Pérsia, como copeiro do rei, o cara que cuidava das bebidas. Neemias tinha uma profissão digna num reino digno e com um salário provavelmente bem tentador. Não haveria razão para se interessar por uma reconstrução enorme de uma terra falida, além de ser muito longe de onde ficava. Só tinha um detalhe, aquela era a sua nação. E foi por amor à pátria e ao povo de Judá que Neemias consegue a permissão do Rei, e o seu alvará para ser como um governador na área. Sempre tem uns caras que acham ruim e tem inveja, no caso de Neemias não foi diferente, mas isso nã o impediu. Ele foi, e foi com vontade.
O problema de querer resolver um problema é ter de enfrentá-lo em todos os seus níveis de percepção, até o mais agudo deles. Neemias sentiu de fato a destruição de sua nação. Só poderia ter tomado o primeiro passo assim. Quando chegou em Jerusalém se deparou com os muros queimados e com certeza isso lhe trouxe muita angústia, porque é o que os problemas trazem. Mas a determinação de Neemias foi maior, e juntou um povo, a nação de Israel, o povo de Deus, para reconstruir e encarar o problema. Reconstruir os muros, se fortificar, fortalecer, e lembrar de quem eles eram, e o porque deles viverem e serem um nação. Neemias fez muito mais do que fustigar uma reconstrução, ele reconstruiu a coragem de um povo e os ligou de novo um ao outro e ao Deus que os fez como nação reconstruindo toda a sua intregridade.
"Então eu lhes disse: Vejam a situação terrível em que estamos: Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir os muros de Jerusalém, para que não fiquemos mais nesta situação humilhante. Também lhes contei como Deus tinha sido bondoso comigo e o que o rei tinha me dito."
(Neemias 2: 17-18a)
Uma característica marcante em Neemias foi a determinação, o foco, e sempre ter lembrado de Deus, ainda que tudo estivesse na pior para sua nação, ou seja, sua casa. E ele poderia ter simplesmente ignorado o fato de tudo isso estar acontecendo. Estava no bem bom da sua vida, com salário fixo, casa fixa, e benefícios dignos de nobreza. Vivia num palácio! E ainda assim deixou tudo, para coordenar uma obra, para por a mão na massa, para ajudar a sua nação a sua família, sua igreja, sua escola, sua casa. E mais que isso, atingiu pessoas com sua determinação e vontade de acertar as coisas. Simplesmente influenciou todos os que estavam à sua volta, pelo simples fato de ele ter encarado as coisas e ter se disposto a mudar.
Na nossa vida podemos nos sentir em situações parecidas com a de Neemias, como uma família destruída, grupo de amigos destituído de confiança, namoro abalado, igreja jogada de lado, e muitas outras coisas que podem nos fazer se sentir mal. São partes de nós que estão destruídas, arrebentadas e precisando de uma reconstrução. Muitas vezes nós podemos nem nos lembrar delas, e ter a opção de ignorar o fato delas existirem, tal qual Neemias tinha, de ficar trabalhando no bem bom do palácio, fazendo drinques para a socialaite local nas noites mais badaladas da Pérsia. E certamente é uma decisão muito importante abrir mão daquilo que conseguimos em outros lugares, para voltar ao lugar de onde viemos, e reconstruir as coisas.
Ainda depois disso devemos encarar o fato da destruição passada. Encarar que nós estamos, como Neemias se sentiu ao ver os muros de Jerusalém queimados e destroçados, diante de uma situação perdida e totalmente sem esperança. Não podemos esquecer o fato de que Neemias buscou em Deus forças para cada uma de suas decisões. Encarar de fato o problema é o mais importante, porque só assim se tem a dimensão correta. Acho que deve também ser uma forma de Deus nos fazer criar coragem, para uma ação posterior. O ato de encarar os fatos como eles estão, encarar a realidade fria e dura, já é terapêutico. Não escrevo auto-ajuda, mas essa é uma boa tática para um relaxamento e desestresse. Encarando o fato Neemias teve a coragem necessária para realizar a obra que estaria por vir e tomou o pleno conhecimento da dimensão da coisa. Prestando atenção no problema, ele soube todos os detalhes que seriam feitos na reconstrução, algo que serviu como um planejamento estratégico. Assim teve a coragem de buscar ajuda, e a humildade para chamar outros para participar de sua empreitada, com igualdade e senso de nação. Nunca Neemias se mostrou superior, conseguindo assim conquistar um povo, liderar e se mostrar o verdadeiro líder nação para a reconstrução de seu país.
"Eles responderam: Sim, vamos começar a reconstrução". E se encheram de coragem para a realização desse bom projeto"
(Neemias 2 : 18b)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pratododia

Hoje você comeu o seu arroz e feijão? Pegou seu prato, com nutrientes, cheio de saúde e sustança, e devorou-o, comeu-o todo, para dar a energia necessária para o seu dia? Tenho certeza que você comeu hoje um bom arroz e feijão, com uma carne e ainda com muita farofa por cima (Eu fiz isso! Adoro farofa, como podem ver), ou então almoçou uma maravilhosa lasanha, ou um gostoso macarrão, acompanhado de um queijinho ralado do bom. Ou ainda comeu sanduiches, lanches, pastéis, rolinhos primavera e outros derivados da magnífica, mas não tão saudável comida pronta, o fast food. Se você que está em falta de comida supimpa (gíria idosa!) com falta de um bom cozinheiro (quer ele seja você, ou sua mãe, ou sua empregada, ou seja quem for), ou seja, você que se encontra com fome, sempre é feliz o momento em que o cheiro quentinho da boa comida se espalha pelo salão de refeições. E isso nos faz ter um belo momento de uma saudável, ou as vezes nem tão saudável comilança.
De fato, não conseguimos viver sem a nossa comida. Seja ela líquida ou sólida, precisamos dela para sobreviver. Sem os nossos nutrientes básicos, que se encontram no que comemos, em quantidades diferentes e cada tipo de comida com nutrientes diferentes, nós não conseguimos ter a energia necessária para andar, falar, cantar, gritar, espernear, escrever, estudar, jogar futebol, praticar outros esportes, ler um texto num blog legal, destruir os organismos ruins que invadem nosso corpo, dar um abraço, ir ao shopping, conversar e tudo o mais que não consegui escrever aqui porque ia ficar muita coisa e você ficaria cansado de tanto ler.
Pois bem, saiba que, nas minhas loucas, mirabolantes, ousadas e muitas vezes incapazes da compreensão normal humana pelo fato de eu ser tão confuso e cheio de teorias, métodos, conclusões e conceitos, cheguei a um fato importante. Nossa mente também precisa de alimento, ou melhor, nossa mente e coração, e o que algumas pessoas chamam de alma também. Um judeu foi para Samaria uma vez, há 2 mil anos, e falou com um mulher sobre uma tal de água viva. Dessa água quem beber nunca mais terá sede, e disse Ele que Ele mesmo era a fonte dessa água viva, e que ela jorrava abundantemente a todo aquele que quisesse o seguir. Alimento para a nossa mente, coração e alma. É isso que tanto falta pra gente!
Pois bem, esse cara é Jesus, é sim, que falamos todo dia. Tem o alimento para tranquilizar e até para a gente viver melhor todo dia. E assim até aproveitar melhor, os nutrientes que comemos todos os dias, porque já diziam antes: "mente sã, corpo são!". Assim, como Jesus falou com aquela mulher, tomemos dessa tal da água viva, que não é nada mais do que a própria fé em Jesus Cristo, e o caminhar nos caminhos do Senhor, criador dos céus e da terra. Bom, pra todo dia o nosso prato do dia seja um boa dose de um relacionamento amoroso, fiel, proveitoso, e genuíno com dono da fonte que jorra água viva.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Uma questão de profundidade

Uma criança lida de modo diferente com essa questão de profundidade. Pra ela é mais simples, analisado de um ponto de vista específico, a piscina. Para ela, com uma profundidade razoável, digamos que tenha 1,20 m e a piscina seja de 40 cm (aquelas que adquirimos em supermercado, com desenhos nas bordas, e lindas e maravilhosas para nossos filhos, primos e amiguinhos e chatíssimas para a gente). Ele não se dará bem para essa profundidade, já passou dessa fase. Cresceu. Agora em uma piscina de 2,40 m ele pode se dar mal, muito mal. Se não souber nadar, ou tiver uma cãibra, irá se afogar, pois a piscina tem o dobro da sua altura. Já dizia o velho ditado: "Água no umbigo, sinal de perigo", assim sendo o umbigo metade da altura aproximadamente, a criança de 1,20 m estará segura numa piscina de míseros 60 cm.
Talvez esse lance de profundidade fale mais alto do que imaginamos. Filosoficamente, nossas vidas devem ter uma certa profundidade para aproveitarmos e sentirmo-nos felizes coma mesma. Há um mega discurso hoje em igrejas, comunidades, universidades e outras instituições contra a superficialidade da vida. Milhares de livros de auto-ajuda e palestras de motivação tentando combater o maior sintoma da superficialidade, a insatisfação. Tudo isso pois alguns de nós não nos contentamos em nada na nossa própria profundidade, e acabamos por nos afogar, vamos além do que podemos suportar, querendo abraçar o mundo e ficando sem ar quando tudo vem à tona. Isso seria uma tentativa de profundidade, mas somente levada dada a superficialidade do sucesso e vontade da nossa própria mente. Outro caso é o escape de alguns de nós a profundidade real. Como se nós, adultos de 1,70 m na média, quiséssemos nadar sempre em piscininhas de mil litros com nem meio metro de água sob nossos pés. É o escape da realidade, o não crescimento, e assim ficamos estagnados, sem significado, e se perguntando porque é que não conseguimos mais nadar naquela maldita piscininha azul.
Mas por que essa questão da profundidade é tão importante para a gente? Por que sempre não estamos satisfeitos com a nossa própria profundidade? Ou queremos nos mostrar mais fundos, inultimente pois nos afogamos, ou então ficamos no rasinho, tentando ser crianças, mas na verdade não tendo nada de criança, porque crianças teriam coragem de nadar no mais fundo, se o mais fundo fosse alcançável para elas. Embora sempre esbarremos no sentido da vida e todas as coisas relacionadas com felicidade, esse sentido está intimamente ligado com a profundidade em que estamos e levamos nossa vida. Qualquer outra explicação é uma inútil tentativa de mudar sua profundidade real.
Então encaremos o fato de que temos uma profundidade própria, e levemos a vida com profundidade, sem sermos superficiais demais, ou tentar ir fundo demais. Nos contentemos com a profundidade que Deus nos oferece. A cada dia, se crescermos um pouco mais na vida, nos relacionamentos, acrescentemos alguns centímetros ao fundo. Essa tal profundidade, tudo isso, foi para figurar um relacionamento com Deus. Tudo não tem sentido sem isso. A profundidade do nosso relacionamento, amizade, com Deus determina a profundidade em que vivemos nossos momentos, aproveitamos nossas férias, degustamos um belo banquete ou nos alegramos com um belo presente. Deus pode nos ajudar e ensinar a nadar mais fundo, e mais fundo a cada dia. Pode nos ajudar a nos relacionar com outros, criar raízes de amizade. Pode nos ajudar a administrar nossos estudos, trabalho e bens que conseguimos. Pode nos fazer mais autênticos, profundos e reais. Cada passo em que nos aprofundamos mais e mais com Deus, nos dá centímetros, metros e até kilometros de profundidade em nossa vida. Talvez precisemos reformar um pouquinho, cavar mais fundo, tirar umas coisas, como terra e encanamentos, refazer paredes, mas sempre aumentando, cada vez mais, nossa linda piscina cheia de vida e significado.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Vôo livre II

Pense em ter liberdade, ou melhor, liberdade total para voar. Como as pessoas que fazem o Base Jumping. Liberdade para simplesmente cair de um lugar imensamente alto, e deixam o ar, o vento, os levar. Caindo de uma grande altura, correndo riscos de bater em qualquer lugar, e o mínimo esforço de mudar a trajetória pode ser fatal. O que deve ser feito é somente deixar que o vento leve, para ter a total liberdade do vôo livre, e assim desfrutar a viagem em harmonia e em segurança. Pensando na nossa vida, como é a proposta do blog, temos esse vôo a fazer. Se deixamos Deus nos carregar, assim como o vento dá forças aos base jumpers, conseguiremos viver uma vida mais íntegra e completa. Desfrutando de tudo o que há para desfrutar. Ao menor sinal de tentarmos controlar as coisas, mudar nossa trajetória ou tomar conta de nossa viagem, podemos cometer erros que podem ser fatais às nossas vidas. Por isso que deixar Deus nos guiar, e aproveitar, criando uma intimidade com Ele, nos faz voar além do que imaginamos. Ir além do que podemos ir, além de nossas próprias forças. Assim quebramos limites, barreiras, desafios e temos o suporte, a amizade, o consolo e apoio do Deus que criou tudo o que há. Assim digo que, com Deus, seguiremos corajosos e firmes, em total liberdade. Seremos livres de fato, com a perspectiva do "Caminho, Verdade e Vida" que nos faz viver como as pessoas nesse vídeo, realizando o Vôo livre.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Vôo livre

Ontem me deparei com um fato interessante. Estava caminhando quando observei uma borboleta tentando voar na mesma velocidade em que andava, ela se esforçava para aproveitar o vento e continuar sua tragetória até o seu destino. Detalhe que não eram suas asas que determinavam a sua tragetória, mas a resultante da ação do vento sobre ela. Era o vento que dava o destino final da borboleta, e quando ela passou por mim, vi que utilizava do próprio para chegar aonde queria. Assim, não lutando contra o vento, mas o usando a favor do movimento, esse humilde inseto voava livremente enquanto eu o observava. A liberdade que a borboleta tinha, de voar como queria, não era por ter vencido o vento, mas de ter sido carregada por ele.
Isso me faz parar para pensar sobre nossa vida. Tentamos, queremos e almeijamos ser livres de todo. Livres para escolher nossos próprios caminhos, livres de outras pessoas se intrometendo nos nossos interesses, livres de dificuldades, sejam elas relacionais, financeiras e infinitas outras. Queremos caminhar de uma maneira que nos faça se deliciar a cada dia e desfrutar de real liberdade. Mas porque então vivemos de maneira tão corrida, desesperada, preocupada e presa? Aonde foi que, na nossa busca pela liberdade, acabamos por nos prender em escravidão ao trabalho, dinheiro, poder, fama e prazeres? Será que somos um caso perdido? Viver assim, tentando ser livres, simplesmente tentando se livrar das coisas, do que aparentemente nos faz mal? É assim que todo dia tentamos lutar contra o vento, por nossas próprias forças, nos preocupando com tudo e com todos. Somos uma borboleta burra, tentando ir contra a ação do vento e se perguntando porque Deus não nos deixa chegar ao nosso destino.
O que não sabemos é que nosso destino está na direção contrária. Devemos utilizar dos nossos problemas, aflições e outros que nos preocupam tanto para então ficar livres. O segredo não é lutar contra o vento, mas sim deixar que ele leve e aproveitá-lo para chegar ao nosso destino. E então entenderemos o que Deus quer nos mostrar com tudo isso. Que Ele controla tudo, qualquer tentativa nossa de tentarmos ser livres será toscamente falha. Pois somos ridiculamente fracos e sem nenhuma capacidade de ser livres por nós mesmos, ou de controlar e vencer o vento forte que sopra muitas vezes diante de nós. É por isso que Deus nos fala para pararmos de nos preocupar em exesso com a idéia de nos livrarmos de tudo. Deus pede para confiarmos nEle, deixarmos o vento nos levar e então ser de verdade livres.
Por isso, vos digo: não andeis anciosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado (medida do punho até o cotovelo) ao curso de sua vida? E porque andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós outros, homens de pequena fé?
Porquanto, não vos inquieteis, dizendo:" Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?" Porque os gentios é que procuram todas essas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
(Jesus, Matheus 6: 25-34)
Refletindo nesse texto olho que há uma real possibilidade de viver a plena liberdade do vôo livre. A liberdade está no confiar em Deus. Deixar que ele controle as coisas, e se direcionar somente pela sua palavra. Basta a cada dia o seu próprio mal, viver cada dia se concentrando somente no presente e naquilo que Deus faz por nós e aravés de nós. Não estou falando para desencanarmos de trabalhar, virarmos todos xiitas e sairmos cantando canções contra o trabalho, o mercado e tudo mais. Não estou dizendo que temos que simplesmente sair na rua e pensar que não tendo mais responsabilidades estaremos livres. É sério, não quero que você depois de ler esse texto saia na rua como se nada mais desse errado na sua vida, atravesse uma rua sem olhar e se preocupar com o trânsito e seja morto atropelado por uma velha senhora dirigindo um fusca enferrujado do ano de 68.
O que digo é que, se realmente pararmos de nos preocupar exessivamente nas coisas, e olharmos mais para aquele que nos criou, formou e amou, poderemos desfrutar de melhor maneira a vida. Tentamos segurar tantas coisas, ter o controle de tudo, mas na verdade não podemos nem ao menos controlar nossa vontade de ir ao banheiro. A liberdade de fato não é ter o controle de todas as coisas na vida, ter independência e tudo o mais. Liberdade é viver o vôo livre, deixando Deus nos levar, guiar e proteger, caminhando junto com Ele e indo aonde Ele for. Somos extremamente falhos não vamos conseguir as coisas por merecimento. Porém, Deus nos amou mais que tudo e nos deu o direito de viver segundo a sua graça radical e abundante. Deus nos concedeu a liberdade, não porque somos dignos dela, mas porque ele nos ama. Por isso, não vamos tentar segurar e controlar as coisas, parafraseando um escritor chamado H. William Webb-Peploe, "Deixe que Ele cuide do 'segurar' enquanto você cuida do 'confiar'."

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quebrados

Você já se deparou com alguma coisa quebrada, tal um copo, um muro, um pedaço de plástico, ou até uma vida? Coisas quebradas realmente parecem muito feias e sem graça, e quando nós as vemos, um sentimento negativo nos consome. Às vezes parece difícil encarar o fato de que quebramos alguma coisa, ou alguém, ou ainda mais, que quebramos a nós mesmos. Quem já quebrou o braço sabe da dor que se sente quando o triste fato acontece. Talvez, uma parte do processo da vida verdadeira seja a quebra. Talvez a gente precise de verdade ser quebrados para então entender o que é a vida.
Mas, ainda fico encanado com a aparência das coisas quebradas. Não tem nenhuma aparência! Nada, simplesmente não são mais o que eram antes. Coisas quebradas são apenas meros vestígios vagos do que um dia se foi algo pomposo e palpável, numa realidade, com altura comprimento e largura, densidade e volume, sentimentos ou não, movimentos ou não e até com alma em alguns casos. A quebra traz deformação, a deformação traz sofrimento, o sofrimento traz dor, e tudo isso resulta num processo que deixa as coisas, ou nós, muito feios, sem graça e muitas vezes tristes desolados e sem esperança.
Entretanto, contrapondo toda a feiúra e mesquinhez da quebra, talvez ela nos faça muito bem. Quando somos quebrados, moídos mais precisamente, vemos quem realmente somos. A quebra tira todo orgulho, toda avareza, toda indiferença, todo egoísmo, modismo, escapismo, futurismo, e muitos outros ismos que nos fazem não querer encarar quem na verdade somos. Cada minuto do processo de quebra é extremamente útil para nos conhecermos como nós somos na essência, como fomos criados, imagem e semelhança de Deus. A quebra dá margem a pensarmos e refletirmos, ficamos mais abertos à visões de mundo diferentes das nossas antigas, e vivemos mais no presente, pois não há passado para se agarrar, visto que tudo foi destruído, e não há uma esperança de um futuro bom. É nesse momento, o verdadeiro presente, que Deus atua em nossas vidas de forma implacável.
No presente Deus atua com aqueles que não escapam para os lados. Por isso Ele nos quebra, mói e nos coloca em cheque-mate, para ter um real encontro com Ele. Constantemente somos desafiados a viver esse presente, no qual não somos nada além do que vasos quebrados, peças precisando de conserto, sem saber aonde ir, como agir ou o que fazer. No presente, somos apenas pessoas quebradas, filhos quebrados precisando de um pai que nos acerte. Deus tem o potencial para nos consertar, mas antes disso, precisamos assumir a nossa quebra, reconhecer o fato.
A história de Jó é uma boa história para uma ilustração relevante. Jó foi dilacerado, com a permissão de Deus. Teve seus filhos mortos, seus rebanhos dizimados, e seu corpo debilitado. Teve 3 "amigos" que jogavam na cara dele todo dia que Deus faz isso com as pessoas ruins e faz como castigo para com os pecadores. E ainda mais, teve uma mulher que o pediu para que amaldiçoasse seu Criador. Jó teve um processo de quebra que eu chamaria de extremo. Mas mesmo assim, com todas as dificuldades e problemas, Jó não amaldiçoou a Deus, não se voltou contra Ele, e assumiu que realmente era pecador. Jó era o homem mais justo da Terra na época, e talvez foi um dos homens mais justos do mundo todo. Alguém que foi dilacerado totalmente, para o reconhecimento de que ele não era nada perante Deus. Esse é o resultado da quebra.
Necessidade. A quebra nos traz uma necessidade de algo, de ajuda, conselhos e consertos. Quando assumimos nossa quebra, imediatamente pensamos em como consertar, reconstruir e acertar de novo. É aí que colocamos nossa vida diante de Deus e falamos: "Tó, é sua, você quebrou, você conserta tá? Toda sua.". É essa entrega que Deus deseja! Que dependamos dEle, que necessitemos do seu amor para completar nosso ser e acertar nossos caminhos. A quebra nos faz deparar realmente, face a face, com quem nós realmente somos. E nosso eu verdadeiro verdadeiramente precisa de um Salvador e Redentor. Pois sozinhos somos apenas cacos, quebrados, indiferentes e ridículos; mas quando entregues nas mãos do oleiro(cara que faz vasos), podemos ser derretidos novamente na aguá viva, e moldados com as próprias mãos do Criador. Que a gente aceite o que realmente somos, nada sem Deus, apenas vasos quebrados.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Farofa

Hoje comi, no meu querido conforto de casa, um grande prato de arroz e feijão com picanha de panela e farofa. Detalhe que, amo farofa. A farofa dá um gosto especial às coisas, seu sabor é admirável, e espontâneo, além de que é incomparável e muito suculenta. Os pratos, com a adição de farofa, ficam muito mais gostosos e saborosos. Não consigo resistir a uma boa farofa, ainda mais, desculpa a propaganda, se for da Yoki.
A farofa é formada por vários grão de cerais diversos ou coisas moídas, e dependendo da sua fabricação tem um sabor e textura diferente. Minha preferida é a farofa de mandioca. Muita gente adiciona algumas coisas à farofa, como uvas passas, bacons, vegetais e outros que dão um toque especial a coisa. Prefiro ela pura mesmo misturada em boa quantidade com meu feijão e arroz.
Coisas boas podem ser formadas com farofa, como o Tutu de feijão, ou viradinho, que é muito bom. Há diversos pratos e maneiras de se aproveitar a farofa, pois ela, consegue solidificar e formar uma pasta com os líquidos, engrossando o caldo do feijão por exemplo, entre outras funções culinárias que não são interessantes o suficiente para serem faladas, mas somente para serem saboreadas. A farofa se mistura com os componentes, e se enfia no meio dos grãos, nos vãos das carnes, no caldinho do feijão, e em todo lugar que houver um espacinho para ela se enfiar. Que ousadia essa a da farofa. O resultado é uma explosão magnífica de sabor.
Há também, com o uso da palavra, os farofeiros. Não tem nada a ver com a farofa em si, mas com a palavra somente, e ainda bem, pois iriam sujar o nome tão belo da farofa. Farofeiros são aqueles que chegam sem avisar, gastam tudo, sem ligar para nada, sujam, aproveitam e usurpam cada milímetro do lugar, geralmente a praia. Eles não são bem vindos, nem vistos com bons olhos. Na verdade são muitas vezes chingados. Ninguém gosta deles, talvez nem eles mesmos. O problema com eles é que não ligam para os outros, somente para a sua própria farofa. Que grande deturpação e distorção da beleza que é comer a farofa!
Parando com o momento Ana Maria Braga do texto, terei de falar algo de útil aqui. Minha mente totalmente viajada, no bom sentido, e louca, desmiolada e alucinada, tem pensado algumas coisas sobre a farofa. Coisas que são relevantes, comparações, e até indagações sobre temas um pouco mais complexos do que cereais moídos em pequenos grãos deliciosos. A farofa tem um tempero, como disse antes, dá um gosto especial para a vida.
Se compararmos a farofa com a realidade do Reino, veremos que Nosso Pai é a fonte de toda farofa. Sendo assim, nós também temos que difundir essa farofa ao redor do mundo. E também teremos que ser farofa para as pessoas, principalmente as como eu que são apaixonadas pela coisa. Essa é uma comparação básica ao versículo que nos compara com o Sal da Terra. Nas propriedades da farofa, devemos saborear a vida, dar um toque especial, e solidificar aquilo que está solto e sem forma, dar consistência ao que não possui consistência. Dando o gostinho especial da farofa, que faz a comida ficar irresistível e altamente nutritiva. Bom, sendo assim, como farofa, difundiremos Deus, e sendo como Ele é, e mostrando dEle pra outros, temperaremos nossas vidas com o amor de Deus que é fonte de toda Vida.
Há o outro aspecto da farofa que é o de se enfiar nos lugares. A farofa se espalha, e é isso o que permite ela tornar a comida tão saborosa. Então, se nos espalharmos, formos aos lugares, e realmente procurarmos responder ao chamado de Deus de sermos Filhos, seremos farofa e temperaremos a vida de outras pessoas com isso, ajudando os outros com o amor de Deus. O importante é que para isso devemos ter Deus em nossas vidas, e devemos nos entregar a Ele, para sermos moídos e processados devidamente, até nos tornar-mos verdadeiras farofas. Muito interessante isso.
Há alguns pontos ruins nisso, o exagero da farofa, quando mal medida, pode secar a comida. Portanto, não podemos querer ser farofa em excesso, mas deixar Deus medir isso. Deixar Ele controlar as coisas, a quantidade, e todo o processo que nos envolve com a vida das pessoas e do mundo. Ser Sal, luz ou farofa depende da nossa vontade de seguir a Deus, encontrar sua vontade e se agarrar ao que Ele quer. Com muita farofa mal medida, a comida fica extremamente seca, e sem gosto. Com uma abundância de boa medidas de farofa, vindas da fonte de toda farofa, nada fica com gosto ruim, o sabor é garantido assim como a nutrição que Ele nos proporciona.
Cuidado com os farofeiros. Esses que dizem estar em nome da farofa. Na verdade só querem saber deles mesmos, e não respeitam nada. Em vez de serem farofas para os outros, ou querem guardar a farofa para si mesmos (o que não conseguem, visto que a farofa só é existente quando divida com os outros), ou produzem uma falsa farofa, segundo sua sabedoria falsa, que na verdade é veneno. Farofeiros existem aos montes por aí, mas ao contrário dos citados anteriormente, estes estão mascarados e escondidos, e as pessoas ainda não os reconhecem, muito menos reconhecem suas bandidagens. Há muitos tentando falar em nome do Reino, mas na verdade falam por si mesmos, e levam pessoas a um caminho longe de Deus e da fonte de vida.
Deus quer que falemos no Seu nome, que pode dar vida para todos, quer que sejamos como Ele, e a medida que temos um relacionamento com Ele, poderemos com mais eficiência fazer o que Ele quer que façamos. A comparação com a farofa é só mais uma, dentre as muitas possíveis que podem existir para mostrar figurativamente o que Deus faz conosco quando nos aproximamos dEle. Deus nos faz semelhantes a Ele e assim capazes de difundir Seu nome entre as nações. Somente seu nome é bom, e unicamente capaz de nos tornar pessoas melhores, e com a paz. A Terra precisa de Deus, nós devemos fazer esse trabalho, com a liderança do único Deus. Portanto, é que loucamente anuncio também a verdade que está somente em Jesus Cristo ressuscitado, o Deus verdadeiro. E que nosso Pai dê a capacidade necessária para isso, afinal Ele é a fonte de toda boa, saborosa, e inigualável farofa.

sábado, 5 de abril de 2008

Victory is won

Um clipe do Carlos Santana, ótimo guitarrista. Bota pra tocar, relaxa, essa música faz pensar muito, é muito bonita. Bom, é só. Anime-se!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Perturbações

Por que está abatida ó minha alma?
Por que te perturbas dentro de mim?
(Salmos 42:5a)
Você se sentiu perturbado alguma vez? Lógico que sim, essa é uma pergunta estúpida. Todos ficamos perturbados, angustiados, decepcionados alguma vez na vida. Mas você já se sentiu como se sua alma tivesse sido abatida por um caminhão, ou se como você estivesse encurralado numa sinuca de bico, sem ter nenhuma saída? Agústia profunda, desespero, extremos de realidades e vidas que precisam de ajuda interior urgentemente.
Às vezes nossa vida pode não ter uma certa bonança. É sobre isso justamente que quero falar. Perturbações no nosso caminho, turbulências talvez, mas eventos que nos deixam abalados, e que põe em risco a nossa integridade, nossa estabilidade e nossa alegria. Coisas comuns ou nem tão comuns. Pessoas, relacionamentos, desastres, trabalho, acidentes, acontecimentos sem explicação e muitas outras coisas que simplesmente acontecem, abalando nossa alma. É aí que a paz que existe dentro de nós é botada a prova, e nosso ser realmente é testado, ironicamente, para o nosso melhor. Dífícil crer nisso em meio a perturbações.
Talvez a maior perturbação existente, pelo menos para mim, é a perda da confiança de alguém. Não é de se admirar que esse é meu maior medo também. Coisas assim me deixam seriamente perturbado. A confiança que temos uns nos outros, como humanos, criaturas de Deus, é todo o reflexo da bondade, misericórdia e graça vinda dEle para nós. Nos nossos relacionamentos nós nos perdoamos, choramos rimos juntos, fazemos diversas coisas contando com a honestidade sincera vinda de cada um, e ainda mais, nos entregamos em favor do outro. Isso só pode existir se um sentimento for presente antes. A confiança.
Das perturbações corre-se o risco do desequilíbrio. E da perda do equilíbrio, vem a queda. É mais fácil cair quando a gente fica instável, desmotivado, triste e angustiado. Por isso que isso é tão ruim para nós. Podemos até nos afastar de Deus em uma dessas. Nosso relacionamento com Ele pode ser fragilizado pelos problemas que passamos, se não soubermos lidar com eles de forma apropriada. Mas então o que fazer para não desesperar? Que atitude tomar? Por que ficamos assim, tristes, angustiados? Aonde está o nosso Deus nessas horas? Por que nossa alma fica, está, assim, abatida? A alternativa a correr, e único motivo de vida, está escrita no restante do versículo mencionado no começo deste texto.
Espera em Deus, pois ainda o louvarei,
a Ele, meu auxílio e Deus meu.
Pode isso ser mais real? A única alternativa é correr para justamente aquele a quem questionamos. "Por que comigo Deus?", "Aonde esteve você?". Esses e muitos outros questionamentos interiores nos enchem de dúvidas sobre a presença factual de Deus em nossas vidas e a atuação desta em nossa alma. Não adianta de nada a relutância aos fatos, de que precisamos constantemente desse Deus. E que não somos nada, e Ele faz o que quer conosco, afinal ele é o SENHOR de tudo, Rei do Universo. Mesmo em tribulações, perturbações, ou qualquer problema que seja, Ele se mostra interessado em participar, ajudar e oferecer amor. Porque esse Deus é gracioso, misericordioso e perdoa o pecador. Precisamos dEle o tempo todo, a todo momento. Talvez esperar em Deus possa parecer o clichê mais falado, e até inútil de comentar. Mas mostra resultado. Mostrou a mim, e sempre mostrará. Mas esperar não é simplesmente esperar o tempo passar e falar: "foi vontade de Deus" ou "o melhor aconteceu". Esperar em Deus é realmente se entregar à Ele, dependendo totalmente do favor desse Deus maravilhoso e incompreensível.
Eu preciso dEle agora, e precisarei sempre. Em todos os momentos, quer perturbados ou não. Cada instante na presença dEle vale mais do que mil em qualquer outro lugar. E eu estranhamente sei que tudo estará muito bem com Ele. Esse sentimento, da renovação da paz, ainda que por sobre um tremendo e agitado mar. Meus sentidos eu entreguei à Ele. Toda a minha confiança é dEle. Confaiança que prezo mais que tudo, e admiro com um belo por do Sol, ou como as muitas estrelas numa noite ou ainda como aqueles cachorros de desenho animado em frente ao frango da padaria. Todo o meu amor, e qualquer outro sentimento, está ao pés de Deus. Porque em meio aos problemas Ele me trouxe a solução, em meio a escuridão Ele me trouxe luz, em meio à perturbação ele me trouxe paz.
Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo;
(Salmo 42: 1 e 2a)

domingo, 23 de março de 2008

Ressurreição

res.sur.rei.ção s.f.(a) 1. Ação ou efeito de ressuscitar; ressuscitamento.// Ressusrreição s.f(a) 2. Ascenção de Cristo depois de sua morte e sepultamento. 3. Quando que representa essa ascenção.
res.sus.ci.tar. v.t.d 1. Fazer voltar à vida. 2. Adotar novamente.// v.i. 3. Voltar a vida. 4. Reaparecer, ressurgir.
Essas são as definições do dicionário para o termo Ressurreição e seu verbo. Guardamos esse dia, o feriado, para falar disso. A páscoa, para nós, além dos ovos, chocolate, coelhos e tudo o mais, significa também, ou principalmente, ou unicamente, a ressusrreição de Jesus Cristo. Falar que o povo se esqueceu desse fato e o banaliza, que devemos nos lembrar e outras coisas do gênero é comum hoje em dia com autores cristão. Não vou fazer isso.
Vou discursar sobre o assunto, como se fosse qualquer outro. Como se estivéssemos falando do almoço de anteontem na casa de sua tia que tem um restaurante, cujo os pratos são muito famosos. Ou ainda falando sobre qualquer outro assunto, que tenha seu relativo interesse à nós. Ou até mesmo falando sobre o nosso futuro, como se nossas vidas dependessem dessa conversa. Prefiro crer que, a terceira opção é a mais plausível e acredito que é a que consequentemente leva-se mais a sério. Sim, prefiro pensar que essas palavras farão alguma diferença no nosso futuro, afinal palavras de alguém a mim sobre esse assunto já fizeram diferença na minha vida. Como um discípulo talvez, devo repassar essas palavras.
Refletindo um pouco sobre a palavra, não é difícil descobrir que o prefixo "re", que significa repetição, aparece e é o que faz a palavra ter força. Se ressurreição é voltar a vida, com certeza esse alguém já teve vida. Mas vamos sair da superficialidade. Faz alguma diferença Cristo ter ressuscitado ou não? O que muda? Se Cristo ressuscitou, então todas as suas palavras são tidas como verdade, e sua missão foi cumprida. Agora, se não, ele foi só mais um homem muito bom, com muitos ensinamentos bons sobre liderança e com uma falha em se achar o filho de Deus.
Mas porque alguém iria provocar tanto os romanos, e ainda mais os fariseus, líderes religiosos da época? Qual a utilidade de criar uma mentalidade sem violência e se proclamar o cara que irá libertar o povo, o Messias profetizado antes nas escrituras judaicas? Só um homem louco poderia ter feito tudo isso, passado por tanto sofrimento, enfrentado tanta gente, confrontando até mesmo o próprio Diabo, e ainda sim não desistir, sucumbir, nem deslizar um minuto na sua missão. Só um homem louco faria tudo isso, ou o verdadeiro Filho do Deus Vivo, o verdadeiro EU SOU. Mas um homem louco não ensinaria tanto a um povo, fazendo permanecer suas palavras por mais de 2 milênios, de geração a geração, e ensinamentos atuais e verdadeiros para uma vida melhor, com animo e fôlego para enfrentar cada duro dia de trabalho, problemas, e alegria para viver os dias em felicidade e harmonia. Creio que Jesus era o verdadeiro Filho, vindo do verdadeiro Deus.
O que confere poder ao ensino de Jesus? O que o distingue dos ensinos do Alcorão, de Buda, de Confúcio? O Cristo ressurreto. Por exemplo: Se Jesus não ressuscitou, podemos com segurança elogiar o Sermão do Monte como um tratado extraordinário de ética. Se, porém, ressuscitou, tal elogio não faz a menos diferença. O sermão torna-se o retrato de nosso destino final. O poder transformados da Palavra reside no Senhor ressurreto, que sustenta esse poder. Permita-me dizer outra vez: o poder dinâmico do evangelho flui da ressurreição. quando pela fé aceitamos plenamente que Jesus é quem afirma ser, experimentamos o Cristo ressurreto. A escritura apresenta somente duas alternativas: ou você crê na ressurreição e crê em Jesus de Nazaré, ou não crê na ressurreição nem crê em Jesus de Nazaré.
(Brennan Manning - O obstinado amor de Deus - Cap. 12: A fé da ressurreição)

De novo pergunto, qual diferença faz Jesus ter ressuscitado dentre os mortos? Foi por você que ele sofreu, foi espancado, foi mutilado, preso no madeiro, rejeitado, cuspido, e muitas outras coisas cruéis. Foi por você que ele veio, falou sobre liberdade, sobre paz, amor, ética, e sobre Salvação. Foi por você que Ele veio ao mundo nos dar esperança, tudo por você. Ele se entregou, morreu, e em 3 dias ressuscitou, para que você, eu, e todos os que nEle crerem ressuscitássemos também. A ressurreição veio dar sentido a nossas vidas presas em monotonia. Ela veio dar liberdade para nós sermos quem realmente somos, sem ter nada a esconder de ninguém, sem temer as trevas, andando na luz. A Ressurreição trouxe-nos propósito de vida. Todo o ensinamento de Jesus é centrado nisso, que Cristo veio para que nós tivéssemos vida, e vida em abundância. Ressurreição é a concretização da Salvação, e salvação significa a verdadeira vida.
O enigma sombrio da vida é iluminado em Jesus; o significado, o propósito e o alvo de tudo o que nos sucede, e o modo de fazer que tudo valha a pena só podem ser aprendidos com o Caminho, a Verdade e a Vida.
Viver consciente do Cristo ressurreto não é uma busca fútil para o entediado e solitário, nem um mecanismo de defesa capacitando-nos a enfrentar a tensão e a tristeza da vida. É a chave que destranca a porta da percepção do significado da existência. Todos os dias, o dia todo, estamos sendo reformados segundo a imagem de Cristo. Tudo o que nos acontece é projetado para esse fim. Nada que exista pode existir fora dos limites da sua presença. ("...todas as coisas foram criadas por ele e para ele", Cl 1:16); nela nada é irrelevante, tudo adquire importância.
(Brennan Manning - O obstinado amor de Deus - cap.13: A liberdade da ressurreição)
Que então, nesse dia de páscoa, ou lembrando ele, ou então lendo sobre que um dia escreveram sobre ele, enfim, que você se lembre do Cristo ressurreto, que trouxe-nos a salvação e a percepção da verdadeira vida. Cada minuto que vivemos, cada ato que fazemos, cada palavra que proferimos, cantamos ou gritamos, cada passo que damos, cada pingo de água que cai sobre a terra, cada fluxo de magma que é extravasado para a superfície, cada grão de areia, cada animal vivo, cada planta, tudo está perante Ele e diante de seu ato de maior importância, o seu ressurgimento. O ato da ressurreição não quis dizer simplesmente que estaríamos aptos a também viver novamente em Deus, mas que tudo e todos, estão sujeitos à esse Deus, que se fez criatura a ponto de ir em direção à morte e vencê-la por amor à sua imagem e semelhança. O motivo de Jesus ter nascido, vivido, sofrido, e ressuscitado foi somente para revelar o significado real da vida, o real propósito e que tudo está centrado em Deus. E por amor a nós, nos deu vida e vida em abundância. Entendendo esse significado, entenderemos a vida, e entenderemos que Ele nos deu o que tanto precisávamos, o que tanto ansiamos, e muitas vezes passamos desapercebidos. A ressurreição de Cristo é o ato supremo de nossa nova vida, o limiar da nossa nova e abundante existência em Deus. Ao descobrirmos isso, poderemos então resumir tudo o que foi nos dado de graça e sem merecimento a uma simples palavra: redenção.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Introdução a Fantasmas

Todo dia, no vai e vem da vida, descer do ônibus, subir no carro, assistir uma aula de física ou história, carregar seu cartão, comer alguma coisa, beijar sua namorada, andar de bicicleta, falar com seus amigos, e muitas outras coisas, nosso mundo funciona. Você já reparou que, enquanto fazemos isso, milhares de pessoas passam por nós? São pessoas, com exatamente as mesmas preocupações gerais, direitos e deveres e com muita coisa em comum com a gente, mas que não conhecemos. São como fantasmas para nós. Passam desapercebidos, não conseguindo nem tangenciar o nosso mundinho fechado de desejos e sonhos particulares. Você já percebeu o quanto somos fechados nesse sentido?
É difícil notar os outros, ou seja, se preocupar. Difícil cruzar a linha da preocupação própria para a preocupação mútua com os outros. Porque nossa natureza é assim, no nosso pecar diário, o eu vem mais alto, mais forte, mais vivo que qualquer outra coisa existente no mundo. Nosso eu fala tão alto que fica díficil escutar o "nós" ou o "você", quanto mais o "ele" sem abaixar radicalmente o volume. Esse lado, essa ameaça, de tratarmos os outros como fantasmas, como joãos e marias ninguém, esquecendo que vivemos pelos outros, e de que fomos chamados para isso.
Mas então entramos no outro lado da história. O que temos feito para sermos notados? Não no sentido de adquirir fama, mas de adquirir respeito perante as pessoas, e não ser somente como fantasmas no lugar onde estamos. Há muito o que se falar sobre fantasmas, como aqueles que nos metem medo, como aquele que podemos ser ou ainda como referência ao jeito que tratamos os outros ao nosso redor. Todos devem ser vencidos, e podem. Eles nos atormentam, amedrontam e assustam, mas temos uma arma contra isso. A capacidade da auto-negação, e do amor aos outros é a nossa maior arma. E arma dada por um simples galileu que viveu perambulando entre a Judéia e Samaria no primeiro século. Um judeu simples, que viveu o que pregou, e realmente influenciou não só uma geração, mas todas elas. A razão de tudo existir é em favor dele. Seu nome é Jesus.
Com tantos exemplos de pessoas boas e que ajudam a sociedade com caridade e amor, Jesus é o maior, melhor e mais fiel exemplo. Tanto que seus ensinamentos são passados de geração a geração, e usados em muitas religiões, empresas, livros, e relacionamentos. E são ensinamentos como os dele que nos fazem ligar para os outros, ligar para o nosso eu verdadeiro e não temer nossos medos. Como você pode concluir, Jesus leva à solução de tudo. Essa é a maior prova de quem ele realmente é. Veio para dar liberdade, para se fazer conhecido. Então, é preciso dar importância à isso, se queremos ser livres.
Não posso começar a falar em fantasmas sem mencionar esse cara. Confesso que tentei, mas não consegui, meus dedos traíram a minha mente, numa conspiração do meu coração em escrever sobre esse mestre que guia o meu viver e me ajuda no caminhar. No meu tosco caminhar. O começo de tudo está aí. Assim se vence fantasmas, com fé, e esperança, mas sobre tudo a VERDADE. E a verdade, como já tratei antes, é Jesus, somente. E Jesus é um com Deus, portanto revelação do próprio Deus. Deus que é misericordioso, compassivo, gracioso e muito bom para conosco. Talvez tropecemos no meio do caminho, encontremos fantasmas, nos sentimos como um, ou até mesmo sejamos assombrados por outros. Mas sempre há liberdade. A jornada para ser um caçador de fantasmas começa conhecendo o significado da liberdade, e no meio de tantas vozes talvez dizendo o contrário, eu permaneço ainda falando o mesmo de sempre a você.
"Conhecereis a verdade, e a verdade os libertará"
(Jesus Cristo - João 8: 32)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Elias contra os 450 profetas e o cordeiro tostado

Conta-se uma história, doida de tudo, de um tal profeta de Deus, que vivia nos tempos dos antigos reis, na época em que o reino de Israel havia se dividido em dois. As coisas eram duras na época. Não chovia havia três anos! Seca total, sem comida, sem água, e todo mundo nervoso por causa de um profeta que tinha predito isso. Esse era o Elias. Pobre coitado teve de fugir para não ser perseguido e assassinado por uma louca rainha que gostava como hobby perseguir os profetas de Deus. É claro que ele conseguiu se esconder e não ser achado. Digamos que ele, ao limiar da fome e sede, era o mais procurado no reino de Israel, o primeiro da lista, a recompensa mais alta.
É então pelas tantas que o rei resolve dar as caras e procurar o tal do profeta. Acabe, rei da época, filho de uma geração de reis malvados e muito ruins na administração real. Ele chama seu fiel mordomo, Obadias, para procurar também em poucos dias o tal profeta fujão. Obadias era fiel à Deus, e tinha, de forma secreta, escondido 100 profetas das mãos da maluca da Jezabel, a rainha malvada vilã que queria jogar os profetas no forno e fazê-los virarem biscoitos. Opa, errei de história. Ela queria só matar os profetas mesmo.
Ok. Obadias então sai a procura desenfreada por Elias. Numa secada nordestina e africana misturada, a coisa não poderia ficar mais díficil. Mas não é que ele acha o furão? Obadias encontra Elias que é reconhecido imediatamente, e ainda se oferece para ser levado até o rei Acabe, numa boa, sem mais fugas. Obadias desconfia da coisa, porque, e se de repente, no caminho até Acabe, Deus resolve dar um sumiço em Elias, colocando Obadias numa tremenda furada com Acabe, o rei malvado? Mas Elias pede a confiança de Obadias, confiança que Deus fará a coisa certa e que tudo se acertará.
Então foram. Felizes e contentes, caminhando pela estrada, cantalorando e indo ao encontro do rei. Ao encontrar Elias, o rei o acolhe fortemente, e de uma maneira muito peculiar. "Então é você o perturbador de Israel!!??" Que recepção colorosa! Digna de um dos melhores reis! Nem o Bush seria capaz de tal fato diante de Osama Bin Laden. Acabe acusa Elias por conta de suas palavras proféticas anos antes, mais precisamente três, porque desde então nenhuma gota de água tinha caído do céu. O motivo de tudo isso foi que Acabe permitia que outros deuses fossem adorados em Israel. Elias avisou, mas Acabe era muito cabeça dura. Consequência: 3 anos e meio sem chuva. E o povo de Israel no meio disso tudo, até se voltou a um deus que diziam ser o deus da chuva e de um tal Monte Carmelo. Um deus chamado Baal. Com o povo dividido em que deus seguir, e toda essa confusão de seca, Elias propõe uma reunião com todo mundo no Monte Carmelo.
Com todos lá, aquela excitação, gente vendendo chachorro quente, refrigerante, capa de chuva, faixas com Baal escrito, e outras com SENHOR escrito e muitas outras bugigangas, Elias faz a proposta do século para Acabe. Ele e 450 profetas de Baal, iriam entrar em um desafio. O desafio era, botar fogo num altar, que estaria com um novilho morto colocado sobre ele. Os 450 teriam a sua chance de acerder o altar, clamando à Baal. E Eli iria fazer a mesma coisa ao seu Deus. Quem conseguisse, seria a prova de um deus verdadeiro e, portanto o que Israel seguiria. Então o desafio começa e os profetas de Baal tomam sua posição.
Já chegando no sol do meio dia, e eles estando lá desde de manhã, nada aconteceu. Nenhum sinal das madeiras colocadas queimarem e o churrasco de novilho ficar pronto. Elias então sugere que os profetas clamem mais alto a Baal, pois ele poderia estar de viagem, ou ocupado, ou dormindo. Poderia ele estar tomando banho não? Ou jogando uma partida de poker com uns amigos? Ou então estaria vendo o Big Brother Israel a.C.? Quem sabe? O que importa é que Baal não fez nada. E continuou não fazendo nada até depois do meio dia. Então a coisa ficou feia. Os profetas começaram a se auto-flagelar, se cortar e fazer todos os tipos de mutilações possíveis. Mas nada aconteceu, foram derrotados, o seu deus da chuva tão poderoso, não pode ouví-los na sua própria casa, o Monte Carmelo.
Chega a vez do ousado profeta, que desafiou todo mundo. E não é que o cara era prepotente? Mandou encher 4 bacias de água, e derramar sobre o altar do Deus de Israel, com 12 pedras, representando as antigas 12 tribos de Israel. E a água foi jogada. Pior! Ele pediu pra que fosse feita a mesma coisa mais 2 vezes! O altar, o cordeiro, e até o chão ficou encharcado, formou-se até uma poça ao redor do altar do Senhor. A essa altura as apostas já estariam no auge, imagino eu, alguns caras gritando, "quem aposta no Elias, o profeta?" "30 camelos como ele não acende nem a grama do chão!!" E por aí iam as apostas. Todos ansiosos para o que iria acontecer.
Na verdade, teria apostado contra Elias, seguindo o meu lado racional. Iria perder e feio! Desceu um fogo do céu que acendeu tudo, queimou o cordeiro, sublimou a água, e ainda queimou a terra e deixou uma marca ao redor do altar! Tudo queimado. E então o desafio acabou, o povo cai de rosto em terra, adorando a Deus e reconhecendo-o como o Senhor e Deus dos deuses. E Baal continua no seu banho e vendo a sua TV, sem dar a mínima para os profetas. O importante é que a ousadia e confiança extrema de Elias em Deus o fez ser bem sucedido, em meio à situação extremamente adversa. E extremamente confiar em Deus em situações assim, mas temos exemplos, e esse é um deles, que nos fazem refletir e renovar nossa confiança. No final das contas, Deus ajudou Elias, Obadias também, e mostrou quem era para o povo de Israel que estava confuso. E ainda fez um grande churrasco de cordeiro, porém eu acho que ele tenha ficado um pouco tostado demais.

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Eu acho"

"Eu acho que não é bem assim...". "Mas e se fosse desse jeito?". "Não, as coisas não poderiam ser assim...". "Isso é pensamento do passado.". Eu acho isso, eu acho aquilo, sempre queremos dar a nossa opinião, botar nosso dedo em tudo, e sempre estar certos. Sempre. Não importa o que, sempre temos algo a relevar ou a questionar, opinar ou argumentar. Nada é totalmente bom e aceitável para a gente e dificilmente aceitamos o que alguém nos diz. Seja quem for, quantos diplomas e estudo tiver, sempre estará em algum ponto errado para nós. "Você não sabe da minha vida, não é da sua conta." São frases muito utilizadas por nós. E ignorantemente deixamos de lado tantos bons conselhos, boas reflexões e idéias surpreendentes.
Porque nossa opinião é tão restrita e importante? Porque ninguém pode violar o que achamos e tantas vezes somos tão ignorantes como um porta do pior tipo de madeira? Somos a geração do relativismo, relevando tudo, fazendo as coisas do nosso jeito, como achamos e porque achamos. Nada importa se não o nosso jeito de pensar, o resto é passado e quadrado. Começo acreditar agora em frases como "Aonde é que o mundo foi parar.". Qual foi o momento em que nossos princípios e valores perderam sua força e foram parar lá no fundo do abismo, juntamente com o respeito e o caráter? Será que ainda podem ser recuperados?
Se nós abrirmos mão do que achamos, pararmos de pensar que as coisas são todas voltadas para nós e nossas experiências, e realmente soubermos relevar nossos pensamentos, a vida ficaria bem mais simples. Frases como "Eu acho que não é bem assim..." tem que se extinguir do nosso vocabulário, e argumentos fortes e concretos devem surgir, vindo de estudo, opinião e um bom caráter. Se tudo isso soa como algo muito distante e longínquo na sua vida, peço que reveja seus conceitos. Não perante os conceitos desse mundo e de tudo o que ele oferece, mas daqueles que te revelarei agora.
Existe UMA verdade. Que é a Verdade. Não há outra verdade. Não há relavância, relativismo ou qualquer divergência de opinião nisso. Esse Verdade dirige tudo, minha vida, sua vida, a vida de todos. Estar longe dessa verdade é estar num mundo só seu, se distanciando de toda ajuda possível. A Verdade AMA verdadeiramente. Não esquece de você nem um segundo sequer, a quer o melhor. Nossos caminhos são bem mais fáceis assim, as dificuldades são suportadas com coragem e o sofrimento encarado com perseverança. E o melhor de tudo é que a Verdade é a luz que nos traz esperança, que nos faz viver, que anima nosso ser e tudo o que existe em nós. Essa é a verdade. Porque Ele disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." A personificação da Verdade, e toda a nossa esperança estão no nome de Jesus, o verdadeiro filho de Deus.
Não sei o que achará disso, não sei como essas palavras irão refletir em seus olhos e passar até seu cérebro e repercutir em sua alma. Eu não acho nada sobre isso, tenho a mais completa certeza do que digo. Que o que está escrito nesse verso está escrito também em minha vida, e essa verdade corre em minhas veias, está debaixo da minha pele, e é o que faz meu coração pulsar. O coração pulsante desse mestre Jesus, que me dá vida, e que faz todo o relativismo ruir em pedaços no chão e toda barreira que meu ser impõe à fé que vem de Deus se despedaça. Assim prossigo, humildemente tentando falar sobre essa certeza das coisas que não se vêem, e de tudo o que vivi com esse Deus. Deixo Ele trabalhar e fazer de mim um instrumento nas mãos dEle. E vou vivendo, a cada dia pensando assim como Brennan Manning certa vez escreveu: "Nenhum pensamento o pode conter, nenhum vocábulo o pode exprimir. Ele está além de tudo o que possamos racionalizar ou imaginar."

Entregue sua pobreza ao Senhor e reconheça diante dEle sua nulidade. Quer você entenda, quer não, Deus o ama, está presente em você, vive em você, habita em você, chama-o, salva-o e oferece-lhe uma compreensão e uma compaixão diferentes de tudo o que você jamais encontrou em algum livro ou ouviu em algum sermão.
(Thomas Merton - citado em "O obstinado amor de Deus - Brennan Manning)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Os versos esquecidos do "Parabéns pra você"

Quando fazemos aniversário ficamos todos felizes, nossa família também, as crianças, os amigos, até o papagaio e o cachorro expressam felicidade. E nos reunimos para a festinha, um momento especial reservado com a gente como o foco da noite, como a atração principal, o tudo. A gente faz tudo o que sonha, e colocamos as velhinhas para sonharmos mais com o futuro que nos espera. Todo esse ritual de festa de aniversário, tendo a gente como o ator galã da noite.
E vem sagadinhos, bolos, pizzarias, churrascarias, aqueles sem festa, os baladeiros, debutantes, e muitos outros. O que importa é que, sempre, em algum momento do dia, quer a favor ou contra a nossa vontade, nos cantam uma bela música, desejando a nossa felicidade no dia em que nascemos.
Parabéns pra você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida.
Muito sábios esses versos. Desejando a felicidade, e muitos anos de vida. É muito, muito bom escutar isso de pessoas queridas e amigos. Porém há alguns versos esquecidos dessa canção popular de domínio público repercutida de geração a geração. Versos que caíram no esquecimento, mas que realmente dão vida aos outros versos, e completam a canção de forma singular. Na minha opinião, esses versos deveriam ser lembrados sempre. Indago o porque de terem sido esquecidos e exilados das nossas cordas vocais.
Com Deus ao seu lado
Um novo porvir
Que a vida lhe seja
um eterno sorrir.
Na verdade, esses versos são a canção, o porque da canção existe. Por Deus estar ao nosso lado vivemos. Por ele nos dar um novo dia, porvir, é que vamos envelhecendo e avançando os anos. Assim com muitas felicidades a vida é um eterno sorrir, ao lado de Deus que nos dá nosso aniversário a cada ano. Quão maravilhosos para mim são esses últimos versos, porque expressam o que a real vida é: um real e vazio nada sem Deus. Versos assim, e cantados dessa forma é que me ajudam a acreditar, crer e viver de forma a aceitar o amor de Deus em minha vida e sua compania.
As últimas gerações esqueceram esses versos, e ninguém mais os canta. Será esse o porque, ainda que de forma sutil, que todos hoje parecem estressados, à procura de uma felicidade nunca realmente encontrada? Será esse o motivo da perda do sorrir em tantas pessoas? Porque todos se rendem à mentira de viver atrás de um sorriso falso e um andar hipócrita? Será que as pessoas de verdade se esqueceram daquele quem as dá muitas felicidades? É o que me pergunto toda vez que estou numa festa de aniversário e vejo tantas pessoas, que se dizem cristãs ou não, cantando esses versos. Muitas vezes num tom de deboche, outras num tom de discordância, ainda outras, num tom de indiferença. Não é possível esquecer isso! Não tem como! Deus ao nosso lado sempre, e sempre! Cada momento nos dando um novo amanhecer e um novo porvir. Deus nos dá um futuro! Será que todos se esqueceram disso? Deus nos ajuda a viver, em meio a dificuldades e stress e tudo o mais, nos dando um eterno sorrir! Será que todos, na corrida frenética e na evolução da nossa história se esqueceram disso? Irei eu um dia esquecer também, e assim esquecer do motivo pelo qual avanço meus dias? Que Deus me permita nunca o esquecer, e não me cansar de cantar os versos esquecidos da música mais cantada em aniversários.
Com Deus ao seu lado
Um novo porvir
Que a vida lhe seja
Um eterno sorrir!