sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Vinte!

20 anos, que totalizam 7.305 dias (contando os dias a mais dos anos bissextos), 168.804 horas, 10.130.400 minutos e 607.824.000 segundos. Tudo isso são 20 anos. Mas não fariam sentido algum esses números, contar todos eles e permanecer contando, se esse ato não for feito com significado. O que importa é quem, como, aonde, e com que intensidade foram vividos esses anos, dias, horas, minutos e segundos. A gente vive tentando controlar nosso tempo, contar só por contar, tentar diminuir a ação desse tempo sobre nós mesmos com a ansiedade de ficarmos mais jovens. Queremos tanto isso que acabamos esquecendo de viver a verdadeira juventude.
Vinte! Muita coisa não? Duas décadas, tempo suficiente para muitas coisas acontecerem, pessoas irem e virem, conquistas, segredos, amores, e muito mais. O segredo de viver está exatamente no estilo que se vive esse tempo, e principalmente porque, ou melhor, por quem se vive o tempo. Somos como criaturas que vivem correndo atrás do tempo, tentando controlá-lo, apalpá-lo, fazê-lo correr a nosso favor. Na maioria das vezes falhamos, porque de fato não temos esse controle. Talvez a melhor opção é se render a quem pode controlar o tempo. Deixar acontecer. Nos meus vinte anos, que completo hoje, 8 de fevereiro de 2008, percebo que não há outro estilo de vida senão a entrega a quem é o Senhor do tempo, o resto, como disse Salomão, é vaidade.
Se Deus é o Senhor do tempo, e Senhor de tudo, consequentemente o é de nossas vidas. Assim, se é que você me entende, Ele pode nos ensinar a manejar esse tempo não? Ensinar a contar os dias, a viver de uma forma completa, integral e feliz. A encarar dificuldades com paciência e prudência. A amar realmente, respeitar pessoas e viver em paz. Talvez o segredo de tudo isso seja somente esquecermos de nós mesmos. É, pararmos de olhar para o nosso próprio umbigo e focar em Deus e nos outros. Afinal, não é esse o segredo da vida?
Nós mortais, vistos como as ciências nos vêem e como comumente vemos uns aos outros, somos meras "aparências". Porém aparências do Absoluto. Na medida em que realmente temos existência (o que não diz muito), temos também, por assim dizer, raízes no Absoluto, que é a realidade última. E é por isso que vivenciamos a Alegria: ansiamos, justamente, por aquela unidade que jamais podemos atingir, exceto quando deixamos de ser seres fenomênicos isolados chamados "nós".

(C. S. Lewis - Surpreendido pela Alegria)
Aí está, quando pararmos de pensarmos em nós mesmos, viveremos melhor as nossas vidas! Que dilema interessante! Para vivenciar a alegria de passar os anos, dias e tudo o mais com Deus, devemos estar dispostos a entregar todo o nosso ser à Ele. Falamos tanto sobre como conseguir ter sucesso, ter um ótimo emprego, uma ótima casa, uma ótima família e um ótimo carro. Mostramos aos outros o quanto ganhamos com roupas chiques e outras bugigangas. Adoramos nossa própria imagem diante do espelho, e cremos que assim teremos a confiança necessária para "vencer" na vida. Nossas meras aparências parecem ter uma exêntrica e enorme importância para nós mesmos, que acaba distorcendo e ofuscando o real motivo de viver, o real sucesso e o amor. Essa inversão acaba tomando conta de nossas vidas, e então afundamos achando que estamos pairando sobre o céu. O que eu digo, por final, é que não existe nenhuma outra forma de viver realmente se não for com amor, vivendo em amor, e se entregando ao amor, que é uma pessoa somente concretizada em nós pelo nosso Salvador, o Messias, o Cristo, Jesus. Único Deus e Senhor de nossas vidas, que abriu mão dEle próprio, do Seu único filho, para abrir esse caminho da vida plena. Que Ele nos ensine a viver e contar nossos dias!

Senhor, tu tens sido
o nosso refúgio,
de geração a geração.
Antes que os montes nascessem
e se formassem a terra e o mundo,
de eternidade a eternidade,
tu és Deus.
Tu reduzes o homem ao pó
e dizes: Tornai, filhos dos homens.
Pois mil anos, aos Teus olhos,
são como o dia de ontem que se foi
e como a vigília da noite. (...)
Ensina-nos a contar
os nossos dias,
para que alcancemos
coração sábio.
Volta-te Senhor! Até quando?
Tem compaixão dos teus servos.
Sacia-nos de manhã
com a tua benignidade,
para que cantemos de júbilo
e nos alegremos
todos os nossos dias.
Alegra-nos por tantos dias
quantos nos tens afligido,
por tantos anos
quantos suportamos
a adversidade.
Aos teus servos
apareçam as tuas obras
e a seus filhos, a tua glória.
Seja sobre nós a graça do Senhor,
nosso Deus,
confirma sobre nós
as obras das nossos mãos
sim, confirma
a obra das nossas mãos

(Salmo 90 : 1-4;12-17)

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