terça-feira, 24 de julho de 2007

O Bom Argentino (até parece...)

Um homem descia do morro, em pleno Rio de Janeiro, para o seu local de trabalho. Quando descia foi atacado por ladrões, marginais, e todo tipo de bandido que se encontrava ali. Deixaram ele quase morto e caindo do morro, sujo e esfarrapado. E ele ficou lá caído no meio da calçada da avenida, no chão, como um mendigo, urrando de dor ( imagina a cena, em pleno RJ, quase não acontece isso né?).
Foi quando passou por ali, voltando de uns de seus cultos maravilhosos, "ungidos", cheios de bênçãos ($$), e com muitas vidas transformadas, um pastor de uma igreja local. Viu o homem, semi-morto, viu que este precisava de ajuda, e fez o seguinte: Passou longe pra não pegar nenhuma doença ou algo do tipo, saiu correndo desesperadamente e marcou uma reunião de oração para interceder pela vida do rapaz!! ( Nossa, ele deve ter se sentido "o" cara que ajudou alguém ein, com o "poder" que pode curar, pois eh...tsk tsk.)
Ainda passando o dia, um músico, que por algum acaso também tocava em igrejas, passou por ali. Pode se dizer que esse músico era um líder no seu conjunto. Tocava guitarra ou violão e cantava, tinha algumas músicas, cantava forte, procurava dar o melhor de si no que fazia. Sua voz e suas repetições quando digiria o louvor eram, segundo ele, a "voz de Deus alcançando o povo" ( Várias e várias vezes de Senhor!Senhor! Tua chuva! Teu fogo! Tua noiva! Vem sobre nós! E imita leão, grita pro povo, pede pra aplaudir o senhor, e etc etc etc...tsk tsk de novo.) Quando viu o coitado do homem jogado no chão urrando por ajuda, passou rápido pelo outro lado da calçada, pensando que os assaltantes ainda poderiam estar ali. Decidiu então fazer uma música sobre a violência no Rio de Janeiro e sobre o perigo que enfrentamos todos os dias de assaltantes nos deixarem semi-mortos na calçada de uma avenida. (Olha, até que dá uma boa música.)
Mas um argentino (um ARGENTINO! Não tinha outra coisa melhor não? Esses caras que nem sabem jogar futebol?! Meu, e ainda ficam entrando no Brasil, pra ser travecos e marabalistas de semáforo! Manda eles praquele lugar! ). Então, como eu dizia, um argentino passou por ali. Ele estava de viajem ( É aproveitando pra ficar no nosso Brasil e sujar mais ele né?) e viu o homem na calçada precisando de ajuda. (Ah só falta, vai passar longe também! É argentino!) Ele chegou até o homem, o levantou, enfaixou os machucados, teve piedade dele. Depois de terminar os curativos o colocou em seu humilde carro (Argentino tem carro? Fica poluindo o mundo aí com a fumaça dele!) levou-o para uma hospedaria - um tipo hospital/hotel - e cuidou dele. No outro dia deu ao dono do lugar a quantia de dois salários e disse: "Cuide bem dele, quando voltar por aqui de novo, pagarei qualquer coisa a mais que ele gastar e todas as despesas".
O Argentino cuidou e acolheu o homem que estava precisando de ajuda. Muitas vezes nós temos muito preconceito. Não precisa ser um pastor, ou um músico, mas pode ser uma professora, um universitário, estudante, logista, tudo. Todos devemos agir como o Argentino da história, que no orignal na Bíblia era um samaritano (Lucas 10 : 25-37) , e eu parafraseei aqui pra condizer à nossa realidade. Não importa quem, se precisar mesmo de ajuda, devemos ajudar, porque esse sim é nosso próximo, que precisa de nós. Vamos então fazer o mesmo que o argentino e o samaritano.

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