quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Da Rocha ao Grão

Andei permitindo que minha mente viajasse um pouco além do já tenho ido. Pode parecer difícil, mas consegui, pelo menos penso assim. Se prepare para o que virá, alto risco de loucura embutido.
Olhando os processos geológicos nos meus estudos na Unicamp, em meu curso de graduação em Geologia, comecei a refletir sobre o processo de formação dos sedimentos (areia e etc.) e das rochas sedimentares (rochas de areia, argila e outros sedimentos). Assim, começo meu louco pensamento, aonde todo o processo tem seu início, e um processo que se mostra muito parecido com o processo chamado "vida" que é realizado em nós. Pude aprender alguma coisa com isso. Tentarei especular aqui o que filosofei, pensei, ou qualquer outra coisa.
Tudo começa na Rocha Sã, ou seja, rocha mesmo, sem nenhuma alteração. Essas rochas quando em contato com o clima, biosfera, água e outros, sofrem um processo chamado intemperismo, que é basicamente, a transformação química ou física das rochas em material inconsolidado. As rochas também podem ser quebradas e seus pequenos pedaços jogados rio abaixo. Nesse processo, o pedaço de rocha vai sofrendo diversas batidas e vai arredondando sua forma, conforme o curso pelo qual o rio o leva, e conforme a força da correnteza. Sua forma vai ficando mais arredondada e menor, chegando assim, após muito esforço, à um grão, que pode ter vários tamanhos: areia, silte e argila são os principais. Esses grãos são levados até um depósito sedimentar, ou seja, uma bacia, lago, foz ou qualquer outra coisa que seja em baixa altitude e pouco nível energético de correnteza. Depois da deposição podemos ter a formação de rochas sedimentares por uma cimentação e compactação dos grãos, ou a formação de praias, dunas, que é somente o amontoamento de todo esse material. Tudo isso é muito melhor explicado no ciclo das rochas, eu apenas tentei ,a grosso modo, pincelar aqui algumas coisas.
Muitas vezes achamos que somos fortes, os melhores, e podemos com tudo. Parecemos rochas duras e grandes, tal qual o nosso ego. Mas às vezes somos quebrados por condições adversas a nós, que acabam nos machucando, ou por nossos próprios erros, e nossas próprias cabeçadas, por nos acharmos mais que todo mundo, por sermos egoístas, por não sermos boas pessoas, e por aí vai uma lista interminável de maus motivos. E alguma coisa, ou alguém, vai nos quebrando. Pelo curso da vida vamos batendo e batendo, quebrando nossas pontas e nos arredondando. Nós vamos sendo moldados conforme os nossos desafios, problemas e dificuldades. Vamos diminuindo de tamanho, cada vez menores, e sempre arredondando. O que antes era um ego cheio de si, agora se torna uma alma repleta de humildade, por conta da humilhação de bater e bater várias vezes a cabeça. Depois somos jogados pelo Criador naquilo que podemos dizer de bacia sedimentar. Um lugar onde iremos se juntar à outros grãos, que poderemos apenas se amontoar e fazer um grande número, porém sem crescer nenhuma vegetação em cima, nada, apenas grãos sem nenhuma produtividade. Ou então, quando nos juntarmos aos outros grãos, poderemos ser ligados por um cimento( cimento que chamo de Deus, assim como o chamo de Criador e Autor de tudo isso), e depois que ligados ao cimento, formaremos de novo uma rocha, sedimentar, que é resultado de todo o nosso aprendizado. Essa sim é algo que poderá vir a se transformar em solo resultante de intemperismo, permitindo assim o crescimento de vegetação, dando frutos, e continuando o ciclo. Creio que essas coisas podem ser mais ligadas do que pensamos, as rochas e nós, ou melhor: toda a criação de Deus e nós.
Talvez Deus quisesse mostrar coisas para a gente por meio de sua criação. O ciclo das rochas e a transformação de grandes blocos rochosos em grãos podem ser um meio dEle nos mostrar o jeito que Ele trabalha na nossa vida. Ele simplesmente destrói nosso ego e nos faz saber o quão pequenos e ínfimos somos, nos faz passar por várias provações, problemas e desafios. Nos molda perante o Seu soberano querer, e assim, nos faz um com Ele. Faz termos compaixão de outros como nós e nos amarmos assim como Ele nos amou. E então, um dia, finalmente nos juntaremos à Ele, e seremos um com o Pai, e o Pai será um conosco tal qual como prometido. Deus faz tudo em plena perfeição, até a imperfeição, no final é capaz de virar perfeição segundo o querer de Deus. Abrir os olhos para a Criação e ter um olhar mais atento à voz de Deus num mundo de processos geológicos, biológicos químicos e físicos pode ser a chave para procurar entender um pouquinho melhor a nossa vida e o que ela tem a ver com o Autor de tudo isso.

Um comentário:

Ryuji disse...

PUTZ guilherme
arrebentou nese post ein! mt bom!! *palmas de pé!*
Mt bom suas comparações e inferências sobre essas ligações, "um é tudo e tudo é um" =P
flw abçss bom fds!