"Ele não tem personalidade própria, assim, assume as personalidades fortes com que se encontra, quaisquer que sejam. Com os chineses, ele é chinês desde pequeno. Com os rabinos, miraculosamente crescem-lhe a barba e os cachos ao lado do rosto. Com psiquiatras, macaqueia o jargão, pondo a mão no queixo com solene ar de sabedoria. No Vaticano, faz parte do séquito clerical do papa. Nos treinos da primavera uso o uniforme dos Yankees e fica a postos para rebater depois de Babe Ruth. Ele assume a pele negra de um trompetista de jazz, a banha de um gorducho, o perfil de um índio Mohawk. É um camaleão. Muda a cor, o sotaque, a forma de acordo com a mudança do mundo que o cerca. Não tem idéias ou opiniões próprias; ele simplesmente se conforma. Quer apenas estar seguro, se encaixar, ser aceito, ser apreciado...Ele é famoso sendo um joão-ninguém, um sem personalidade."
(Walter J.Burghardt, To Christ I look, de "Zapping the Zelig")
Esse é o camaleão, um alguém que não assume quem verdadeiramente é, mas que marcara sua face com outras personalidades. Um verdadeiro impostor, que busca aceitação e fama, sem de verdade ser sua essência. Não é honesto e camufla tudo o que sente e pensa, não vive, portanto, como deveria viver. É encurralado pelo desejo de ser aceito e aclamado. É o nosso ponto fraco, aonde somos constantemente provados e aonde devemos mais nos policiar. Consequentemente o impostor que vive dentro de nós é o que nos faz cair, por ceder as suas vontades e compartilhar dos mesmos desejos. Alguém que toma conta da operação da nossa vida, e vive da maneira que quer, esquecendo o que de verdade é, pois não gosta do que vê quando olha para o que somos. Nós, quando não aceitamos e amamos o que somos, ficamos a mercê dos planos de nosso impostor camaleão.
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