quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Quam videri (ser em vez de parecer ser)

É, de fato, o mais importante é ser em vez de parecer ser. Mas normalmente não é assim né? Nos preocupamos muito mais com a aparência e brincamos com esse quam videri de uma forma estranha. Quem mais faz malabarismos com isso é o nosso impostor. Sim, aquela pessoa que está dentro de nós que só se preocupa com ela mesma, egoísta, falsa, e sem essência. É o camaleão, o impostor, o fariseu, o hipócrita e o egoísta. Ela brinca com o que somos de forma que a "aparência de ser" se torne o seu modus operandi. Somente satisfação carnal, anseio por elogios, sucesso, poder. Anseio por todos olharem o que querem e gostarem, sem realmente verem o verdadeiro eu, que pode parecer um tanto pouco atraente à popularidade do novo eu impostor. Esse impostor, que faz questão e exige ser notado.
"O impostor é o co-dependente clássico. Para alcançar aceitação e aprovação, o falso eu suprime, ou camufla, sentimentos, impossibilitando a honestidade emocional. Viver a partir do falso eu fera um desejo compulsivo de apresentar uma imagem perfeita para o público, de forma que todos nos admirem e ninguém nos conheça. A vida do impostor se transforma numa montanha russa de exultação e depressão." (Brennan Manning - O impostor que vive em mim)
Todo esse lance de impostor e falso eu acaba nos atrapalhando em nossa vida com Deus. Ao permitir que o impostor assuma nossa vida, estou me distanciando de minha essência. Quando estou sendo falso, o falso eu, não estou sendo reconhecido por Deus, pois estou suprimindo aquele eu real que Deus conhece, e vivendo a vida de uma aparência, uma casca, que Deus não irá conhecer, pois essa casca não terá alma, não sentirá, não amará, não será nada, além de uma mera, tosca e fria casca. Temos que SER realmente em vez de apenas parecer ser, em vez de viver de aparências, devemos viver de essência, e essa essência está em Deus.
"O falso eu é especializado em disfarces traiçoeiros. É a parte preguiçosa do eu, resistindo ao esforço, ao ascetismo e à disciplina que a intimidade com Deus requer. Ele inspira racionalizações como: 'Meu trabalho é minha oração; estou muito ocupado; a oração deve ser espontânea, por isso só oro quando sou movido pelo Espírito'. As desculpas esfarrapadas do falso eu, nos permitem manter o status quo"(idem)
Portanto, cuidado com o impostor! Cuidado para ele não tomar conta da sua vida. Talvez os caminhos que ele sugerir serão os mais fáceis, moles e atraentes, mas não se deixe enganar pela bela lábia do impostor. Afinal, sua essência tem o que é necessário para uma boa vida, a ligação com Deus, feita pelo sacríficio do Seu Filho Único, Jesus Cristo. Está na hora de um confronto cara-a-cara com o impostor, colocá-lo em cheque, diante de Deus e do verdadeiro eu. Afinal, longe dos holofotes o impostor não é nada e não sobrevive, seu ponto fraco é aturar ele mesmo, visto que não se suporta, por isso vive de aparências e muda constantemente para se encaixar no mundo do sucesso e da fama.

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